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Goiânia, 21/11/24
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Pesquisa foi feita pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos em parceria com a UFG

Censo explica diferença entre morador de rua e pessoa em situação de rua

11/12/2019, às 10:09 · Por Pedro Lopes

O censo da população de rua divulgado pela Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Politicas Afirmativas (SMDHPA), nessa terça-feira, 10, apontou uma divergência entre o número de moradores de rua na capital e de pessoas em situação de rua. Ao todo são 353 pessoas na primeira situação enquanto outras 435 pessoas ganham a vida em semáforos, catando materiais recicláveis e guardando veículos.

A diferenciação, segundo o professor e coordenador da pesquisa, Dijaci David de Oliveira, do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), segue padrão internacional para separar quem não possui um lar e mora exclusivamente na rua de quem está em situação de rua, com emprego precário, e mantém as relações sociais também no ambiente de rua, embora tenha algum lugar fixo de moradia.  

A definição da Secretaria Nacional de Assistência Social corrobora a metodologia empregada pela UFG, na pesquisa encomendada pela Prefeitura de Goiânia, ao caracterizar população em situação de rua como um "grupo populacional heterogêneo, composto por pessoas com diferentes realidades, mas que têm em comum a condição de pobreza absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados e falta de habitação convencional regular, sendo compelidas a utilizar a rua como espaço de moradia e sustento, por caráter temporário ou de forma permanente”.

Entre os principais fatores que podem levar as pessoas a irem morar nas ruas estão: ausência de vínculos familiares, perda de algum ente querido, desemprego, violência, perda da autoestima, alcoolismo, uso de drogas e doença mental. Após a divulgação dos principais dados da pesquisa, que também aponta que 81% dos moradores de rua de Goiânia são adultos e com problemas familiares e que 75,4% são negros, o próximo passo, segundo o secretário municipal de Direitos Humanos, Filemon Pereira, será a conclusão de uma pesquisa detalhada sobre os motivos que levaram essas pessoas a irem para rua.

“Queremos saber quem são, porque estão ali, qual motivo para estarem ali. Agir com a força ou truculência nunca foi a medida mais assertiva, vamos buscar entender, ajudar e recuperar essas pessoas”, afirma.  O evento de divulgação do levantamento ocorre no dia em que se comemora a Declaração Universal dos Direitos Humanos, referendado em 10 de novembro de 1948.


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