Matérias
Foto: Marcos KennedyCaiado ligou para os deputados da base e Roller chegou a a aparecer no plenário para convencer os deputados pessoalmente. Tudo em vão
Caiado leva um 7x1 na Assembleia em sua pior derrota desde a posse
19/06/2019, às 00:05 · Por Pedro Lopes
Em nova derrota contundente do governador Ronaldo Caiado
(DEM), a Assembleia Legislativa aprovou ontem, em primeira votação, uma Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) que permite a reeleição do presidente da Casa,
assim como de toda a mesa diretora, algo que estava proibido desde 2006. O
projeto ainda precisa ser aprovado em segundo turno. No primeiro turno, o
resultado foi 28 a 6 contra o governo e a favor da PEC. Houve deputado da
própria base que chamou o resultado de “um histórico 7x1”.
A emenda foi apresentada pelo deputado Henrique Arantes
(PTB), juntamente com Virmondes Cruvinel (Cidadania), autor da PEC. Toda a
articulação política do governo só tomou conhecimento da emenda e do objetivo
dela (permitir a reeleição do presidente do parlamento, algo que Caiado não
gostaria de ver acontecer) quando ela já estava em votação, o que gerou caos e
aumentou a derrota do governo.
Gerou caos porque, assim que ficou sabendo da medida, o
governador Ronaldo Caiado (DEM) e o secretário Ernesto Roller (sem partido)
passaram a ligar freneticamente para os deputados da base pedindo para se
ausentarem do plenário, inviabilizando o quórum para votação da PEC. Roller
chegou a a aparecer no plenário para convencer os deputados pessoalmente. Tudo
em vão.
Na hora da votação, o líder do governo, Bruno Peixoto (MDB),
aumentou o tamanho da derrota do governo ao dizer explicitamente que o
governador orientava os deputados a votar “não” ou então votar pela abstenção. Resultado:
uma derrota de 28 a 6. Sim, apenas 6 dos 41 deputados votaram contra a PEC: o
próprio Bruno, Amauri Ribeiro (PSL), Humberto Teófilo (PSL), Álvaro Guimarães (DEM),
Chico KGL (DEM) e Wilde Cambão. Um se absteve: Dr. Antonio (DEM). Outros seis se
ausentaram da votação e ajudaram indiretamente o governo: Rubens Marques (Pros),
Iso Moreira (DEM), Karlos Cabral (PDT), Zé Carapô (DC), Alysson Lima (PRB) e Paulo
Cezar Martins (MDB).
Além da derrota de 28 a 6, o governo ainda teve que engolir Henrique Arantes (PTB) dizendo que, naquele momento, estava mudando de lado. Henrique passou a ser, a partir de então, nas palavras dele próprio, um “deputado de oposição”.
Ronaldo Caiado Alego Assembleia Legislativa Ernesto Roller Lissauer Vieira Bruno Peixoto