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Foto: Octacilio QueirozO governador Ronaldo Caiado é mais cauteloso que o presidente da Saneago e diz que medidas estão sendo tomadas para evitar desabastecimento
Caiado diz que não faltará água em Goiás em 2019 “apesar do governo passado”
17/07/2019, às 02:02 · Por Eduardo Horacio
O presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, é otimista. Em evento ontem da Saneago, com balanço parcial do ano, ele disse
que, se faltar água, haverá o emprego de medidas emergenciais, entre elas o uso
de caminhão-pipa, para contornar uma eventual crise hídrica. Ricardo diz que “planejamento”
é a palavra-chave. “Temos de pensar décadas à frente, investir em estratégias e
começar a construir soluções. Não se resolve o problema de fornecimento de água
de um dia para o outro”, ressaltou.
Por isso, segundo Ricardo, está em andamento um estudo
hidrológico em busca de novos pontos de captação de água para atender
especialmente a Região Metropolitana de Goiânia e Anápolis. Serão analisados os
mananciais com potencial de abastecimento em um raio de 60 quilômetros de
Goiânia e 40 quilômetros de Anápolis. Sobre a atual vazão do Rio Meia Ponte, o
presidente da Saneago alertou que o nível está “acima do que a outorga permite”
e melhor que o apresentado no ano passado.
O governador Ronaldo Caiado (DEM) é mais cauteloso. Ele diz que medidas estão sendo tomadas para evitar desabastecimento. “Não digo que não vai ter falta d’água em algumas regiões. Em seis meses não se faz milagre, por isso já tem decreto de calamidade. Então este risco hídrico existe. Por isto estamos trabalhando na conscientização e na diminuição de perda d’água”, afirmou.
O período de estiagem mal começou, após um verão chuvoso, e a medição da captação de água no Rio Meia Ponte, que atende a parte da região metropolitana de Goiânia, registrou, por duas vezes, vazão inferior a 4.300 litros por segundo (l/s). O manancial já operava no Nível de Alerta, que é quando a vazão de escoamento é inferior a 8.000 l/s. Nos últimos dias o valor foi ainda menor: 4.012 l/s. Com este parâmetro, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte já prevê o início de articulação para campanha sobre uso racional em TV, rádio, jornal e mídias sociais, além de reuniões com os usuários da bacia e orientar campanhas de orientação e fiscalização dos usuários.
Investimentos
Ontem mesmo, para evitar a falta d´água, Ronaldo Caiado
anunciou investimentos na ordem de R$ 1,1 bilhão em obras para este ano. “Aqui
não está ninguém na diretoria para enriquecer. Isso não é mais referência na
Saneago”, disse, uma alusão aos esquemas de corrupção nos governos de Marconi
Perillo (PSDB) que correm na Justiça.
Caiado destacou que a transparência e a reorganização
aplicadas pelo presidente da Saneago foram essenciais para
que a companhia já esteja mostrando bons resultados. Ao lembrar que este foi a
primeira instituição do Poder Executivo estadual a aderir ao Programa de
Compliance Público, o governador disse que o servidor voltará a sentir orgulho
de trabalhar na Saneago, e que o foco será voltado para a atividade fim: “fazer
chegar água tratada e esgoto em cada casa”.
O investimento anunciado nesta tarde abrange obras em
andamento (R$ 488 milhões), licitadas (R$ 208 milhões) e a licitar (R$ 378
milhões). Segundo o balanço apresentado por Ricardo Soavinski, quando a atual
gestão assumiu a Saneago, havia 26 obras paralisadas. Destas, 19 foram
retomadas ou estão em processo de licitação. Além disso, o Governo de Goiás
concluiu quatro obras neste primeiro semestre, em Aparecida de Goiânia, Padre
Bernardo, Formosa e Planaltina.
O presidente da companhia informou a percepção de que havia,
até 2018, um descompasso entre planejamento e execução de grandes obras.
Atualmente, a Saneago promove auditorias independentes para identificar
qualquer anomalia e providenciar soluções. Sobre a Operação Decantação,
deflagrada pela Polícia Federal para apurar desvio de dinheiro, “a companhia é
vítima, e não a causa do que aconteceu”. Paralelo às investigações, a atual gestão
apura os fatos de forma independente, com o objetivo de auxiliar a elucidação
dos fatos.
O serviço de abastecimento de água tratada pela Saneago
chega a 97% da população urbana em Goiás, e está presente em 226 municípios.
São mais de 30 mil quilômetros de rede. Para organizar toda essa estrutura,
primeiro a gestão se preocupou em colocar ordem na área administrativa. Foram
criadas e revisadas 14 políticas internas, que vão desde o acesso à informação
até a gestão de riscos. Neste caso, a companhia foi destaque por garantir o
primeiro lugar no ranking de maturidade de gestão de riscos, mensurado pela
Controladoria-Geral do Estado (CGE).
Nestes seis meses, a Saneago também já investiu R$ 8 milhões
em geradores de energia para garantir a operação de água e esgoto em Goiás. Nas
cidades turísticas, reforçou o atendimento para evitar interrupções no
fornecimento. Já na parte operacional, houve incremento de 23,6 mil ligações de
água e 27,4 mil de esgoto, beneficiando 78 mil e 90 mil pessoas, respectivamente.
Ao destacar que a Saneago tem compromisso de auxiliar as
ações de preservação do meio ambiente, o presidente lembrou o investimento de
R$ 10 milhões em instalação de usinas fotovoltaicas e motores-bomba, que pode
gerar um retorno econômico anual de R$ 3,4 milhões. Também citou programa Olho
no Óleo, que coletou 17 mil litros de óleo este ano, e o trabalho de
reflorestamento de 42 nascentes, em parceria com o Ministério Público.
Sistema Produtor Corumbá
A situação do Sistema Produtor de Corumbá IV, cuja proposta é atender Goiás e o
Distrito Federal, foi novamente esclarecida pelo governador Ronaldo Caiado.
Desde 1989, os goianos esperam pela conclusão da obra da estação, que vai
oferecer água tratada para municípios da região. A construção já consumiu R$
100 milhões do tesouro estadual. “É mais um dinheiro que foi para a [Operação]
Decantação”, pontuou.
O governador classificou essa manobra como marketing
político, aonde se inicia ou retoma uma obra somente no período pré-eleitoral.
No seu governo, assegurou, isso não vai acontecer. A nova previsão é que a
construção do sistema seja concluída até o fim do ano, garantindo que a
população de Valparaíso e Luziânia tenha água tratada. “O Distrito Federal se
abastece dessa água e nós, goianos, ainda estamos empenhados ao máximo para
fazer com que isso se transforme em uma realidade.”
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