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Foto: Hegon CorreaA palavra “racionamento” propriamente dita é, no entanto, ainda um tabu na Saneago e no governo Caiado, dada a impopularidade da mesma
Vai faltar água: Saneago tem plano de racionamento pronto para Goiânia
31/07/2019, às 08:08 · Por Eduardo Horacio
A Saneago já tem um plano de racionamento de água pronto em
Goiânia e ele deve ser anunciado nos próximos dias. A informação é do diretor
de produção da Saneago, Wanir Medeiros, em entrevista ao jornal O Popular. Segundo
Waniur, o plano de racionamento da Saneago está pronto desde a última
sexta-feira, 26 de julho. Ele apenas aguarda receber ofício da Secretaria de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Agência Goiana de
Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR) ou Agência de
Regulação de Goiânia (ARG) para enviar o referido documento.
O plano de racionamento da Saneago vai ser por bairros,
abrangendo todos que são atendidos pelo Meia Ponte, que é responsável por 45%
do abastecimento na capital. A previsão é que haverá um dia sem água, um dia em
regularização de reabastecimento e outro com regularidade, reabastecido.
Tabu
A palavra “racionamento” propriamente dita é, no entanto, ainda um tabu na
Saneago e no governo Caiado. A informação vem 20 dias depois de o Poder Goiás dizer que a falta d’água seria provável e 13 dias depois do governador Ronaldo Caiado (DEM) e do presidente da Saneago,Ricardo Soavinski, terem dito que seria improvável faltar água em 2019.
Conforme esperado, a bacia do Rio Meia Ponte saiu do nível
de alerta e atingiu o nível crítico 1 ao registrar como média em sete dias
vazão inferior a 4.300 litros por segundo (l/s). A mudança na classificação foi
divulgada ontem, terça-feira, 30 de julho, pela Semad e implica na adoção de
medidas para garantir o abastecimento de água. Em outras palavras:
racionamento.
Entre as exigências nesta fase está a apresentação de um
plano de racionamento para a região metropolitana de Goiânia pela Saneago. A
implementação da medida é prevista caso o escoamento chegue a 2.800 l/s (nível
crítico 3). A definição do nível crítico se baseou em um monitoramento das
vazões do rio entre os dias 15 e 21 de julho. Neste período, a média entre as
vazões registradas em dois horários distintos foi de 4.212,73 l/s, sendo
4.855,49 l/s a maior vazão e 3.730,65 a menor (veja quadro). Nesta terça-feira,
pela manhã, a vazão era de 4.293 l/s.
A determinação de que já no nível crítico 1 a empresa apresentasse
ao órgão regulador o plano de racionamento de uso da água é recente, da
Deliberação nº 9, de 17 de julho, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia
Ponte (CBH Meia Ponte). No governo Marconi, esta exigência só estava prevista
para o nível crítico 2, com vazão de escoamento menor ou igual a 3.300 l/s. A
mudança atende recomendação do Ministério Público de Goiás.
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