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Estado pediu ao STF que os efeitos da decisão ocorram a partir da publicação do acórdão ou outra data definida pela corte
PGE recorre ao STF para não devolver R$ 600 milhões de serviços cartorários
28/06/2022, às 09:05 · Por Redação
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) entrou com recurso junto ao Supremo
Tribunal Federal (STF) para modular a aplicação da inconstitucionalidade do
artigo 15 da Lei Estadual 19.191/15, que prevê a cobrança extra de 40% sobre
taxas pagas pelos serviços cartorários em Goiás. A informação é do jornal O Popular.
A decisão foi referendada na segunda-feira, 20, em ação
direta de inconstitucionalidade (ADI) proposta pelo Partido Republicano da
Ordem Social (Pros). Em cinco anos o Estado de Goiás recebeu mais de R$ 600
milhões que, caso o pedido seja acatado, não serão devolvidos.
O recurso da PGE foi protocolado um dia antes do voto do
relator, ministro Gilmar Mendes, no julgamento virtual que teve início no dia
10 de junho. Os demais ministros o seguiram e entenderam que seis órgãos ou
entidades, dos 12 que vêm recebendo valores do que é arrecadado pelo serviço
notarial, não têm direito à taxa extra. Para o STF, a cobrança viola a
Constituição Federal e somente os órgãos que desempenham serviços essenciais à
Justiça têm direito aos percentuais, por terem relação direta com as atividades
notariais e de registro, entre eles o Poder Judiciário, o Ministério Público e
a advocacia dativa.
Tabela anexada pela PGE em seu recurso mostra que somente a Assembleia
Legislativa recebeu entre 2019 e 2021, com a cobrança da taxa extra sob
emolumentos notariais e de registro, aproximadamente R$ 50 milhões, mais de um
terço dos R$ 126 milhões do que gastou para construir a nova sede, no Parque
Lozandes, em Goiânia. A obra, que começou em 2005, foi paralisada três vezes e
retomada em 2019. O Palácio Maguito Vilela, que desde março abriga as
atividades dos deputados estaduais, tem 44,5 mil metros quadrados de área
construída.
A PGE alega que a devolução dos recursos oriundos da taxa
extra causaria um enorme impacto às finanças do Estado “em razão do estado de
exceção vivenciado nos últimos anos (que inclui pandemia e guerra).” Para a
PGE, as consequências econômicas da “situação excepcional” têm se prolongado.
“Isso é bem ilustrado pelas medidas de contenção adotadas pelo governo federal
nestes últimos dias, inclusive em prejuízo das finanças estaduais”, diz o
pedido assinado pela procuradora-geral Juliana Pereira Diniz Prudente.
Por temer a repercussão em seus cofres, caso tenha de
desembolsar mais de R$ 600 milhões, o Estado pediu ao STF que os efeitos da
decisão ocorram a partir da publicação do acórdão ou outra data definida pela
corte.
Cartórios STF Governo de Goiás