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A cúpula da campanha de Caiado enxerga de forma bastante negativa a adesão de candidatos e lideranças de partidos da base a essa inciativa proposta por tucanos
Para Caiado e aliados, apoio a Marconi é inaceitável e fora de cogitação
26/08/2022, às 15:29 · Por Eduardo Horacio
A tentativa de criação de um movimento de apoio às
candidaturas do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), à reeleição, e do
ex-governador Marconi Perillo (PSDB), ao Senado, foi rechaçada no Palácio das
Esmeraldas. Aliados próximos do governador afirmam que ele desautorizou
qualquer iniciativa neste sentido. A avaliação interna é de que a base não tem
interesse na associação com o tucano e que os candidatos ao Senado da base têm
amplas condições de derrotar o tucano em 2 de outubro. Nomes como o candidato a
vice-governador, Daniel Vilela (MDB), e o coordenador-geral da campanha,
Lissauer Vieira (PSD), entraram hoje no circuito desautorizando iniciativas que
associem Caiado a Marconi. Com o aval do governador.
Nos últimos dias, aliados do ex-governador tucano decidiram
criar o movimento denominado ROMA, em alusão às iniciais dos nomes de Ronaldo e
Marconi. Para o grupo de Caiado, a iniciativa isolada de integrantes do PSDB,
sobretudo de prefeitos, não é vista como um problema, já que o governador não
teria como intervir na iniciativa de uma legenda de oposição e é natural que
eles apoiem o candidato a senador do partido deles.
Porém, a cúpula da campanha à reeleição enxerga de forma
bastante negativa a adesão de candidatos e lideranças de partidos da base a
essa inciativa proposta por tucanos. O principal motivo é que Caiado passou os
últimos anos destacando as ações responsáveis de seu governo, contrapondo com
as irregularidades cometidas nos mandatos do PSDB em Goiás, com duras críticas
à herança recebida. Caiado foi o responsável por quebrar, em 2018, o ciclo de
20 anos de poder do grupo marconista. Assim, não faria nenhum sentido um apoio,
ainda que velado, a Marconi.
O ex-secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, que lançou
dobradinha com Marconi em Palmeiras de Goiás, foi duramente criticado pela
coordenação da campanha caiadista. “Ele foi infeliz e precipitado. Passa uma
mensagem ruim, de que não tem lado”, critica um dos nomes mais próximos ao
governador. A mesma fonte lembra que Caiado já disse publicamente que não tem
conversa e nem acordo com Marconi.
Além disso, a avaliação de Caiado e de seus articuladores
políticos é de que a eleição para o Senado está completamente aberta. De acordo
com a pesquisa Ipec/TV Anhanguera, divulgada nesta quinta-feira (25/8), Marconi
lidera com 24%, seguido por Delegado Waldir (UB), com 18%. Os dois estão
tecnicamente empatados no limite da margem de erro de 3 pontos porcentuais.
O grupo vê também que Alexandre Baldy (PP) e Vilmar Rocha
(PSD) têm perspectivas de crescimento, já que, historicamente, a eleição para o
Senado é a última na qual o eleitor define o voto. Mesmo na sondagem
estimulada, quando é apresentada uma cartela com os nomes dos candidatos, 19%
de eleitores afirmaram que não sabem ou não responderam em quem vão votar para
o Senado. Na espontânea, 65% dos entrevistados disseram que ainda não têm
candidato a senador.
Reprovação
Além do governador, a primeira-dama Gracinha Caiado, que lidera uma das frentes
da campanha à reeleição, também demonstrou descontentamento com a adesão de
aliados ao movimento ROMA. A coluna Giro, de O Popular, informa que a
primeira-dama teria avaliado como “absurdo” e inaceitável que prefeitos da base
participem de tal movimento. O candidato a vice-governador, Daniel Vilela,
entrou em contato com lideranças do MDB reprovando um eventual apoio a Marconi,
ainda que de forma individual.
Por fim, a coordenação da campanha de Caiado cobrou que os
aliados não façam material de campanha ‘casada’ com a de Marconi ao Senado. Os
aliados são incentivados a escolher entre Vilmar Rocha (PSD), Alexandre Baldy
(PP) ou Delegado Waldir (União Brasil), os três postulantes na base governista.
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