Hugo faz captação de órgãos em vítima de acidente de trânsito

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiânia, fez, nesta terça-feira, 20, uma verdadeira força-tarefa para captação de órgãos para transplante. O diretor técnico da unidade, Luís Henrique Ribeiro, explicou que o doador tinha 40 anos e foi vítima de um acidente de trânsito. “A família se sensibilizou em ajudar. Só com essa pessoa querida a eles, vão ser doadas duas córneas, dois rins, coração e fígado. Então, vai salvar a vida de seis pessoas. É quando algo doloroso pode se tornar algo de festas para outras pessoas”, comentou Luís.

A força-tarefa para captação de órgãos reuniu em média seis profissionais em cada sala de cirurgia. Segundo o Hugo, o coração foi enviado para São Paulo e foi levado de helicóptero até ao aeroporto. Já o fígado, para o Distrito Federal, os rins e as córneas ficaram em Goiás. “Quanto aos profissionais, varia por conta do número de órgãos, é uma equipe para cada órgão, a depender do destino. A equipe vem do local onde será o transplante. Os outros que serão em Goiás serão retirados pela nossa equipe”, explicou.

O diretor técnico completou ainda que, em 2022, o Hugo realizou 13 captações de órgãos para transplantes. Até junho, foram 24 rins, oito fígados, dois pulmões, três corações e 14 córneas. Apesar do sucesso nas captações e doações, o diretor alertou sobre o receio dos responsáveis das pessoas internadas em autorizar a doação. Luís afirmou que a maior dificuldade é de sensibilizar a família dos pacientes.

“O momento é trágico. No Hugo, geralmente é um paciente que sofreu uma morte aguda. Então, é muito difícil a aceitação em retirar partes desse corpo, a demora em retirar o corpo do hospital e às vezes tem a desinformação”, mencionou Luís Henrique, explicando que, para doar, não é necessário que o possível doador deixe algo por escrito. No entanto, é importante comunicar à família sobre o desejo, já que a captação é feita somente com autorização.

O doador precisa ter entre 2 e 80 anos e não pode ter doenças comprometedoras de órgãos ou tecidos. “Estamos aproveitando o setembro verde para estimular e pedir para as pessoas permitirem essa doação. Se essa pessoa que você é responsável já expressou que é interessada em doar, nos informe”, finalizou. 

O doador precisa ter morte encefálica conformada e passa por uma série de exames. Após a captação, o órgão é conservado e enviado à unidade de destino para o transplante. A fila é definida por regras do Ministério da Saúde. O diretor mostrou ainda o prazo em que os órgãos podem ser transplantados: pulmão (4 a 6 horas), coração (4 a 6 horas), fígado (6 a 12 horas), pâncreas (4 a 6 horas), rins (24 a 48h) e córneas (até 14 dias).

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