Por 33 a 4, PSDB rejeita pedido de expulsão de Aécio; Marconi respira aliviado

A executiva do PSDB decidiu nesta quarta-feira, 21 de agosto, rejeitar dois pedidos de expulsão do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), em uma derrota interna direta do governador de São Paulo, João Doria. Além disso, outro tucano, o ex-governador Marconi Perillo, também respira aliviado. Se nem o processo contra Aécio foi adiante, outros contra os demais tucanos nem devem ser colocados na pauta.

Ao todo, o resultado foi uma goleada de Aécio contra João Doria. 38 tucanos participaram da reunião no diretório nacional do partido, em Brasília, sendo 33 votos a favor de Aécio, 4 contra e apenas uma abstenção.

A vitória de Aécio começou com a escolha do relator, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA), que apresentou parecer contrário à admissibilidade das representações. A maioria da executiva acompanhou o entendimento, travando a possibilidade de os casos avançarem para o Conselho de Ética do partido.

Com o clima favorável contra Doria, de última hora Celso ampliou seu relatório e decidiu rejeitar, de uma só vez, dois pedidos: o do diretório municipal e o do estadual de São Paulo. A princípio, só a representação da capital paulista seria analisada. A reunião da executiva chegou a ser interrompida para que ele pudesse refazer seu parecer e enterrasse de vez qualquer chance de Aécio ou outros tucanos serem expulsos da sigla.

O discurso mais comum na defesa de Aécio é que patrocinar um pedido de expulsão de Aécio daria ainda mais gás ao discurso de criminalização da política e do PSDB.

Réu
Aécio é investigado em uma série de inquéritos e é réu, desde abril de 2018, sob acusação de corrupção passiva e obstrução da Justiça. O deputado ainda não foi julgado. O código de ética do PSDB, aprovado em maio, prevê expulsão em caso de condenação por corrupção transitada em julgado, o que não é o caso de Aécio. Mas ainda há tucanos que enxergam brechas para que ele seja enquadrado por outras infrações.

Aécio é réu no processo relativo no ‘caso Joesley’. Ele foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS. O valor foi entregue em parcelas a pessoas próximas ao tucano, segundo o Ministério Público. A Polícia Federal chegou a filmar a entrega de dinheiro vivo a um primo dele. Aécio nega a prática de crimes e diz que o dinheiro era apenas um empréstimo pedido a Joesley.

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