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A inovação, de baixo custo de mercado, promove conforto ao paciente que não precisa mais furar o dedo
UFG conquista patente de sensor descartável para medir glicose que pode custar R$ 0,10
10/02/2023, às 14:22 · Por Redação
Pessoas com diabetes têm uma rotina diária de monitoramento
da glicose no sangue. Cotidianamente precisam tirar uma pequena quantidade de
sangue que utilizam em um aparelho de medidor de glicemia. Para diminuir o
desconforto, gerar praticidade e acessibilidade, uma pesquisa da UFG
desenvolveu um sensor descartável de medição de glicose pela lágrima. Com a
tecnologia, basta encostar o sensor de papel descartável no olho para o paciente
já poder acompanhar as taxas de glicose no organismo. A inovação, de baixo
custo de mercado, promove conforto ao paciente que não precisa mais furar o
dedo para fazer o acompanhamento pela detecção do sangue. A informação é do jornal da UFG.
Desenvolvido pela pesquisadora Ellen Flávia Moreira Gabriel
ao longo de sua pesquisa de doutorado no Laboratório de Microfluídica e
Eletroforese do Instituto de Química (IQ) da UFG, o biossensor colorimétrico,
agora, é patenteado pela UFG, e visa atingir o sistema público de Saúde. “Cada
sensor custa em torno de dez centavos, então, acreditamos que pode ser um
grande benefício para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que tanto o
aparelho de medição da glicemia quanto as tiras descartáveis hoje disponíveis
no mercado geram um custo alto de investimento”, afirma a pesquisadora. Além
disso, a pesquisadora aposta no maior conforto ao paciente diabético. “A maior
dificuldade do paciente é ter que furar o dedo várias vezes ao dia para fazer o
monitoramento. E com a pesquisa identificamos a correlação direta entre a
glicose do sangue com a glicose da lágrima”, afirma.
Assim como explica a pesquisadora, o sensor de papel
colorimétrico “funciona basicamente como os sensores de gravidez portátil, e,
no caso, pode dar uma resposta positiva ou negativa, mas também quantitativa”.
Ao longo da pesquisa de doutorado, o desafio de Ellen foi criar a tecnologia de
baixo custo para a construção do sensor, com sensibilidade adequada para medição
da glicose. “A ideia geral era criar o aparato baseado em papel. Mas a
tecnologia até então disponível, a litografia, era cara para a gente
implementar. Nosso grupo de pesquisa conseguiu avançar no desenvolvimento do
sensor e meu estudo encaminhou para alcançar a melhor sensibilidade possível
para a detecção da glicose”, conta. O objetivo não é parar por aí, afirma a
pesquisadora. “Queremos conquistar outros benefícios. A covid-19 gerou um
impacto e há outras doenças, e esse dispositivo pode ser muito bem aplicado em
outras relevâncias clínicas”.
Patente
Além do sensor para detecção de glicose, a pesquisa de Ellen
Flávia Moreira, orientada pelo professor do Instituto de Química (IQ) da UFG,
Wendell Coltro, conquistou outro produto patenteado pela UFG: o injetor
hidrodinâmico alternativo. Trata-se de um instrumento voltado para a área de
eletroforese, que é uma técnica utilizada para a separação analítica dos
constituintes de amostras como de lágrimas, sangue, água e alimentos, entre
outros. “Com o uso do injetor hidrodinâmico, acoplado ao sistema de
eletroforese, a gente consegue uma melhor separação dos constituintes, o que
melhora a resposta da técnica empregada e essa melhor resposta, aumenta a
confiabilidade dos resultados”, afirma a pesquisadora.
A inovação do injetor hidrodinâmico alternativo é a
substituição do sistema elétrico geralmente utilizado para inserir uma
quantidade de amostra nos dispositivos de eletroforese, por uma micropipeta de
laboratório. “A corrente elétrica é substituída pela pressão aplicada via
micropipeta para a posterior separação dos constituintes. A aplicação de uma
pressão nos sistemas eletroforéticos melhora a separação dos picos e a
quantificação dos componentes da amostra”, explica Ellen. Os projetos tiveram o
apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia em Bioanalítica (INCT-Bio).
UFG Pesquisa Ciência