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Diferente do que prega Marconi, que afirmou ter sido vítima de ativismo judicial, o próprio MP-GO lembrou que Marconi não foi absolvido no mérito, e sim beneficiado por alterações na Lei de Improbidade
‘Marconi tenta se fazer de vítima’, afirma Lucas Vergílio
21/03/2023, às 13:36 · Por Redação
O secretário de Estado de Relações Institucionais, Lucas
Vergílio (Solidariedade), rebateu os ataques do ex-governador Marconi Perillo
(PSDB), dirigidos ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil), e disse que o
tucano tenta criar uma narrativa de vítima para explicar as dezenas de processos
dos quais foi alvo. O tucano reuniu jornalistas na última segunda-feira (20/03)
para falar sobre a decisão do Ministério Público de Goiás (MP-GO) de pedir o
arquivamento de 20 ações de improbidade administrativa movidas contra ele, e
que tiveram como causa renúncias fiscais irregulares dadas, em 2012, em favor
de empresas do setor sucroalcooleiro, operadas por meio do aumento de créditos
outorgados de ICMS, para o MP-GO, em desrespeito às exigências do artigo 14 da
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Diferente do que prega o ex-governador, que afirmou ter sido
vítima de ativismo judicial, o próprio MP-GO lembrou que Marconi não foi
absolvido no mérito, e sim beneficiado por alterações na Lei de Improbidade,
ocorridas em 2021. As ações de improbidade contra ele foram propostas em 2019
pela promotora Villis Marra, então titular da 78ª Promotoria de Defesa do
Patrimônio Público do MP-GO. Os atos que deram causa aos processos ocorreram em
2012, portanto na vigência da Lei de 1992. O que aconteceu agora é que a lei de
2021 retroagiu para beneficiar o réu.
Para Vergílio, o tucano deveria comemorar o fato de ter sido
beneficiado pela retroatividade da lei e não atacar as instituições que
cumpriram com o seu dever, tentando se vitimizar perante o eleitorado. “O ex-governador
Marconi Perillo busca transformar um problema dele no âmbito da Justiça em uma
disputa política para criar uma narrativa de vítima. Mas não cola. Até porque,
todos sabem que implacável contra os adversários era Marconi, que ganhou no
meio político o apelido de 'Lampião'”, lembrou Vergílio. “Já o governador
Ronaldo Caiado tem uma postura absolutamente republicana no trato com todos
agentes públicos, da situação e da oposição. Tanto é que contou na sua
reeleição com o apoio espontâneo de mais de 230 dos 246 prefeitos, inclusive
aqueles ligados a Marconi”, frisou Vergílio.
Nas ações movidas contra Perillo, o MP-GO sustentou que o
ex-governador não informou o valor da renúncia fiscal; o impacto
orçamentário-financeiro da benesse para os anos de 2012, 2013 e 2014 e tampouco
comprovou se o benefício fiscal estava em conformidade com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias de 2012 (Lei nº 17.393/2011). Segundo o MP-GO, Perillo teria
editado vários decretos, sempre majorando o percentual dos benefícios fiscais,
o que teria causado elevado dano ao erário, superando a casa dos bilhões de
reais.
Benefício
Marconi Perillo foi beneficiado pela garantia prevista no artigo 5º, XL, da
Constituição Federal, segundo a qual a lei não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu, e também pela aplicação dos princípios atinentes ao Direito
Administrativo Sancionador, dentre os quais se destaca a retroatividade da lei
mais benéfica ao réu.
Com o advento da nova Lei de Improbidade Administrativa, o
legislador deixou de reconhecer a forma culposa do crime de improbidade, e
passou a exigir, para condenação do agente, a comprovação da prática de conduta
dolosa do acusado, definindo como dolo “a vontade livre e consciente de
alcançar o resultado ilícito, não bastando a voluntariedade do agente”.
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