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Vitória Cristina Queiroz dos Santos, 21 anos, de Silvânia, morreu após dar entrada em hospital com crise de ansiedade

Paciente morre após suposta administração equivocada de medicamentos e profissionais são afastados

10/08/2023, às 09:23 · Por Redação

A morte da estudante de administração Vitória Cristina Queiroz dos Santos, de 21 anos, no Hospital Municipal de Silvânia levou ao afastamento da secretária de Saúde, do médico diretor clínico e da coordenadora de enfermagem. A paciente, que buscava atendimento por conta de uma crise de ansiedade, acabou não resistindo após uma suposta administração equivocada de medicamentos contraindicados para o seu quadro clínico. A Polícia Civil investiga o caso.

A família relatou que os medicamentos prescritos pela equipe médica tinham a finalidade de entubação, não de tratar a ansiedade. O advogado Jales Gregório, representante da família, explicou ao portal G1 Goiás que a dosagem administrada foi excessiva e inadequada. "Ela teria que tomar 50 microgramas, mas foram aplicadas 4 ampolas de 10 miligramas, 2 mil microgramas", detalhou. Esse erro de dosagem teve como consequência o encaminhamento da jovem para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e posteriormente para o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap), onde foi constatada a morte cerebral.

A causa preliminar apontada para o óbito foi uma parada cardiorrespiratória, possivelmente causada pelos medicamentos que comprometeram o sistema respiratório da paciente. A situação levou ao afastamento dos profissionais envolvidos no atendimento à jovem. A "Operação Paracelso", deflagrada pela Polícia Civil, revelou indícios de falsificação de documentos para encobrir a dosagem, o nome dos medicamentos e até mesmo os procedimentos realizados.

O delegado Leonardo Sanches explicou que o inquérito revelou tentativas de suprimir documentos e até mesmo de coagir servidores por parte da secretária. O médico, por sua vez, preencheu um prontuário falso para ocultar informações sobre os medicamentos administrados. A coordenadora de enfermagem também produziu documentos com omissões, escondendo a quantidade, os procedimentos e os remédios ministrados pelas enfermeiras.

A Prefeitura de Silvânia não emitiu declarações a respeito do caso. Em contrapartida, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que não tinha sido notificado sobre a ação da Polícia Civil envolvendo investigações contra o médico. O Cremego reforçou que todas as denúncias sobre a conduta ética dos médicos são apuradas em sigilo, de acordo com o Código de Processo Ético-Profissional Médico.


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