Casos de roubos no transporte coletivo em Goiânia voltam a crescer

O total de roubos em transporte coletivo em Goiânia está voltando aos níveis registrados antes da pandemia da Covid-19. Os dados do Observatório da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO) revelam que, no primeiro semestre de 2023, houve um aumento de 57% em relação ao mesmo período de 2022, totalizando 391 casos. Entre 2020 e 2022, a média de casos nos primeiros seis meses do ano foi de 250. As informações são do jornal O Popular.

A tendência de crescimento dos roubos no transporte coletivo é uma realidade em várias capitais brasileiras, de acordo com Luís Flávio Sapori, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ele aponta que a retomada das atividades econômicas aumenta a circulação de possíveis alvos, tornando o roubo um crime de oportunidade.

Além disso, há uma migração de criminosos para o estelionato, impulsionada pela facilidade proporcionada pela internet e pelas redes sociais. O aumento dos estelionatos é uma tendência observada em Goiás, com um aumento significativo nos golpes virtuais de 2021 para 2022, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023.

Embora os números de roubos em geral tenham diminuído 15,9% de 2021 para 2022, a prática de furto de celulares aumentou em Goiás, com um aumento de 18,1%. No entanto, os especialistas destacam que as estatísticas não refletem todos os casos, já que a subnotificação é estimada em cerca de 60% para furto e roubo.

Cinthya Zortéa, pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Criminalidade e Violência da Universidade Federal de Goiás (Necrivi/UFG), ressalta que a violência no transporte público representa um desafio contínuo para a administração pública. A qualidade dos serviços de transporte público está diretamente relacionada à segurança, e a presença de oportunidades favoráveis aos criminosos nesse ambiente contribui para o aumento dos delitos.

A Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) em Goiânia afirma adotar medidas de prevenção, como câmeras de segurança em terminais e estações, rádio comunicador e botão de pânico em todos os veículos, além de contar com vigilantes terceirizados em terminais e estações. No entanto, os desafios de segurança no transporte público persistem, afetando a qualidade de vida dos passageiros.

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