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Pedro França/Agência Senado
Kajuru entrou com o pedido, via mandado de segurança, no início de setembro, para que o presidente da casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), abra imediatamente a CPI
CPI do Esporte de Kajuru é negada por ministro do Supremo
16/10/2019, às 00:06 · Por Eduardo Horacio
O ministro do Superior Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, rejeitou o pedido do senador Jorge Kajuru, do Cidadania de Goiás, para instalar a CPI do Esporte no Senado.
Mello afirmou que a intervenção judicial em assuntos da direção do Congresso Nacional pode prejudicar a separação dos Poderes. "A ordem de prioridade estabelecida nas agendas das Mesas Diretoras do Senado Federal e da Câmara dos Deputados deve constituir matéria suscetível de apreciação e resolução pelas próprias Casas que integram o Congresso Nacional", escreveu o ministro.
Kajuru entrou com o pedido, via mandado de segurança, no início de setembro, para que o presidente da casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), abrisse imediatamente a CPI (comissão parlamentar de inquérito) do Esporte.
No requerimento, Kajuru pedia a criação de uma CPI de 11 titulares e 7 senadores “para investigar a prestação de contas referente ao período de 2008 a 2018, de convênios, contratos, patrocínios e parcerias firmados entre a Administração Pública Federal, direta e indireta” com as entidades.
O senador afirmou que, apesar de a organização do esporte começar de forma privada, por meio de clubes e associações, o Estado acaba concedendo benesses a alguns e se furtou do dever de fiscalizar gestões. Essa seria a segunda CPI no esporte realizada nos últimos cinco anos. Em 2015 houve a do Futebol, do senador Romário (PSB-RJ), com o objetivo de apurar denúncias sobre a CBF e o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL). Mas, segundo Kajuru, “a bancada da bola agiu e nenhum esclarecimento real foi dado à sociedade brasileira.”
Dessa vez, o senador acusa Alcolumbre de ceder aos ‘lobistas da CBF’. Apesar de o requerimento ter colhido assinatura da maioria no Senado, a CPI precisa ser acatada pelo presidente. “Dias depois que conseguimos assinaturas para pedir a CPI, o Senado recebeu uns seis lobistas da CBF. O Davi me chamou, pediu sigilo e disse para eu deixar a investigação sobre a CBF para depois. Pediu para começar pelo COB [Comitê Olímpico Brasileiro]”, disse o senador à Folha de São Paulo à época.
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