Centro de Triagem em Goiânia cuida de milhares de animais silvestres anualmente

No Dia Mundial dos Animais, celebrado em 4 de outubro, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Goiânia se destaca como um ponto crucial na proteção e reabilitação da fauna silvestre. Localizado às margens da BR-153, no Residencial Vale dos Sonhos, o Cetas é administrado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e recebe, anualmente, cerca de 4,1 mil animais silvestres em situações diversas. As informações são do jornal Opção.

O Cetas atua no recebimento, identificação, tratamento, triagem, avaliação, reabilitação e destinação de animais provenientes de fiscalizações, resgates ou entregas voluntárias pela população. Além disso, realiza pesquisas científicas e trabalhos de educação ambiental, desempenhando um papel fundamental na preservação das espécies.

Segundo Leo Caetano, biólogo e analista ambiental do Cetas, a unidade recebe animais de três formas diferentes: entradas espontâneas, resgates feitos por órgãos competentes como o Corpo de Bombeiros e agências municipais do meio ambiente, e apreensões resultantes de ações de fiscalização. No centro, os animais passam por triagem e, se necessário, recebem tratamento veterinário.

"Chegam à unidade cerca de 4,1 mil animais por ano, a maioria aves. Após passar pelo reconhecimento, se tiver algum tipo de ferimento, o animal vai direto para o setor de veterinária; caso não tenha nenhuma lesão, ele fica em quarentena ou pode ser destinado de volta à natureza imediatamente", explica Caetano.

O biólogo destaca que o Cetas não realiza resgates, exceto em casos excepcionais de animais que ofereçam grande risco. "Temos forçado os municípios e o Estado a atuar nos resgates por meio dos órgãos competentes, como o Corpo de Bombeiros e as agências municipais do meio ambiente. Não temos equipe suficiente para atender à demanda de animais que chegam ao centro", avalia.

O Cetas de Goiânia é um dos mais bem estruturados do Brasil e conta com um diferencial importante: a instalação de um centro cirúrgico próprio. Até o final deste ano, a unidade estará equipada com aparelhos de última geração para realizar cirurgias em casos mais graves. Além disso, o centro possui convênios com clínicas veterinárias de Goiânia e a Universidade Federal de Goiás (UFG) para procedimentos complexos.

O biólogo ressalta que o Cetas de Goiânia é o maior do país em estrutura. "Estamos com o centro cirúrgico, que nenhum outro possui – que, aliás, foi uma ideia dos professores da Escola de Veterinária da UFG –, quase em funcionamento. Temos também um laboratório que realiza exames clínicos e estamos terminando de montar outro para fazer exames genéticos e diagnósticos via PCR", afirma Caetano.

Além do trabalho de reabilitação e manejo, o Cetas enfrenta desafios burocráticos e financeiros. As despesas, incluindo alimentação dos animais, são cobertas por recursos provenientes de multas aplicadas pelo Ibama. Doações da sociedade são aceitas, mas com critérios rigorosos para garantir a qualidade da alimentação e dos cuidados prestados aos animais.

O Cetas é uma ferramenta crucial na proteção da fauna silvestre, servindo como um farol de esperança para animais em situações precárias. Para garantir a segurança dos animais e das pessoas, o Cetas faz parte de uma rede de instituições que resgatam animais em áreas urbanas, contando com a colaboração de órgãos como o Corpo de Bombeiros e a Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia (Amma).

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