Associação dos Magistrados apura afastamento de desembargador

A Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) anunciou que irá apurar o procedimento pelo qual o Tribunal de Justiça (TJGO) decidiu afastar o desembargador Adriano Roberto Linhares Camargo. O afastamento aconteceu após o desembargador questionar ações da Polícia Militar de Goiás (PMGO) que resultam em mortes e defender a extinção da corporação em um posicionamento pessoal. A proposta de afastamento foi feita pelo presidente do TJGO, Carlos Alberto França, e foi acatada por 18 votos a 4 durante uma sessão extraordinária do Órgão Especial realizada na segunda-feira (6/11).

A Asmego afirmou que sua assessoria jurídica prestará a assistência necessária ao desembargador Adriano Roberto para garantir que medidas cabíveis sejam adotadas e que o devido processo legal seja assegurado. O próprio desembargador optou por não fazer comentários sobre o assunto neste momento, pois ainda está tomando conhecimento da ação.

Entenda o caso:

Adriano Roberto Linhares Camargo criticou a PMGO e defendeu a extinção da Polícia Militar durante a transmissão de um julgamento, afirmando que a corporação deveria ser substituída por uma forma diferente de atuação na investigação e repressão ao crime. Suas declarações viralizaram nas redes sociais e geraram críticas do governador Ronaldo Caiado, que considerou o posicionamento do desembargador um atentado ao Estado Democrático de Direito e sugeriu que o Conselho de Ética do TJGO avaliasse a possibilidade de impeachment.

Em resposta, Adriano Linhares divulgou uma nota afirmando que a PMGO merece respeito e admiração e que seu trabalho é valioso. O TJGO informou que o desembargador terá o direito de se manifestar sobre a decisão de afastamento em 15 dias, e posteriormente o Órgão Especial decidirá se abrirá um processo administrativo disciplinar e se a suspensão será mantida ou não.

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