Mensagens de celular que estimulem bons sentimentos podem controlar a pressão arterial, aponta pesquisa da UFG

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) mostrou que mensagens recebidas no celular, que estimulam bons sentimentos como gratidão, perdão, otimismo e propósito de vida, podem auxiliar no controle da pressão arterial. O estudo envolveu 100 pacientes da unidade de tratamento de hipertensão da universidade, que receberam as mensagens diariamente por um período de 84 dias.

Conduzida pela cardiologista Maria Emília Figueiredo Teixeira e sua equipe, a pesquisa dividiu os voluntários em dois grupos: um que recebeu as mensagens estimulantes e outro que não recebeu. Ao final do período, o grupo que recebeu as mensagens apresentou uma redução significativa na pressão arterial, equiparável aos efeitos de medicamentos reguladores de pressão. Enquanto isso, o grupo de controle não registrou mudanças significativas em seus níveis de pressão.

Maria Emília explicou que as mensagens enviadas aos voluntários incluíam vídeos, citações para reflexão, atividades interativas e até mesmo avisos de "dia de folga". Os participantes eram encorajados a refletir sobre sentimentos de gratidão e perdão, além de estabelecer propósitos de vida tanto a curto quanto a longo prazo.

Os resultados do estudo foram além das expectativas, mostrando que a prática de cultivar bons sentimentos pode ter impactos positivos na saúde vascular. O estudo foi conduzido por uma equipe de 18 pesquisadores, incluindo orientadores renomados como Weimar Kunz Sebba Barroso, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e Álvaro Avezum, diretor científico do departamento de espiritualidade em medicina cardiovascular da SBC.

A hipertensão arterial é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio. Com resultados promissores como esses, a pesquisa representa um avanço no tratamento não farmacológico da hipertensão, mostrando que a abordagem espiritual e emocional pode ser tão importante quanto a intervenção médica tradicional. Os achados foram apresentados no Congresso Americano de Cardiologia, destacando a relevância global do estudo conduzido pela UFG.

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