Prefeitura de Goiânia concede prazo extra para consórcio assumir coleta de lixo

A Prefeitura de Goiânia prorrogou o prazo para que o consórcio Limpa Gyn assuma totalmente os serviços de coleta de lixo e seletiva, remoção de entulhos e varrição mecanizada na cidade. A previsão inicial era de que o consórcio, formado por três empresas de Goiânia, Brasília e Catalão, assumisse a coleta de resíduos sólidos domiciliares por completo a partir de segunda-feira, 27 de maio, mas agora a data foi adiada para 1º de julho. A terceirização dos serviços começou em 22 de abril e, desde então, moradores das regiões Leste e Norte têm reclamado da demora na coleta de lixo.

Oficialmente, o consórcio enfrenta dificuldades na contratação de funcionários que suportem a rotina exigente de um coletor de lixo, que envolve correr atrás dos caminhões, levantar e jogar sacos de lixo no veículo e lidar com o mau cheiro. "O coletor em si, que é o que fica correndo atrás do caminhão, é um tipo de serviço que não se consegue fazer de uma hora para outra. Se tivéssemos atletas, dariam conta, é o dia inteiro correndo", comentou o secretário-executivo da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Alexandre Garcês, ao jornal O Popular.

No início dos serviços pelo consórcio, a situação foi tão grave que a prefeitura organizou uma força-tarefa para acelerar a retirada do lixo acumulado nas regiões Leste e Norte. As reclamações persistiram, com variações de intensidade conforme a localidade. Na semana passada, as queixas aumentaram, levando a Prefeitura a decidir pela prorrogação do prazo para o consórcio. Agora, a empresa líder do grupo, Quebec Ambiental, que também é responsável pela coleta de lixo em Anápolis, deve assumir a região Oeste em 10 de junho e a Sul em 1º de julho. A coleta de resíduos sólidos na cidade está dividida em quatro áreas pela Prefeitura.

Além das dificuldades na seleção de funcionários, o consórcio enfrentou problemas pontuais, como o atraso na entrega de veículos por fornecedores e a passagem dos caminhões por vielas bloqueadas por carros estacionados. Alexandre Garcês afirmou que 30% dos funcionários contratados pelo consórcio não suportaram mais de três dias de trabalho. 

Ele destacou que, se fosse um processo de privatização, o consórcio teria mantido os servidores da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg), que já estão habituados às exigências físicas da função. Contudo, a terceirização exigiu a contratação de pessoas sem experiência na área. Para resolver este problema, o consórcio está realizando seleções diárias e reforçou a coleta nas regiões onde já opera, utilizando caminhões adicionais para preparar fisicamente os novos funcionários que assumirão as rotas na região Oeste a partir de 10 de junho. "Agora já está mais controlado. São sete caminhões a mais. Foi uma dificuldade mais grave no começo", comentou Alexandre. "É muito provável que a transição nestas novas regiões seja mais tranquila, com o pessoal mais preparado fisicamente."

O consórcio também está buscando áreas para instalar quatro pontos de apoio e um ponto de transbordo, o que melhoraria a logística das rotas. Esses locais estão previstos no contrato, mas o consórcio não pode utilizar os da Comurg. Embora isso não traga problemas para a coleta nem aumente os custos para o contribuinte, eleva os custos do consórcio, pois os caminhões precisam percorrer distâncias maiores. A Seinfra estuda formas de resolver o problema das vielas onde os caminhões têm dificuldade de passar devido a carros estacionados, e Alexandre sugere que os moradores colaborem, evitando estacionar nos dias de coleta.

O único serviço que não sofreu alterações nos prazos foi a remoção de entulhos. Segundo Alexandre, a transferência gradual está ocorrendo sem maiores problemas. O maior desafio tem sido o descarte inadequado de entulhos por moradores, que os deixam em frente a residências ou lotes em obras, acreditando ser um serviço similar ao de coleta de lixo. Esse comportamento é irregular e pode resultar em autuações, visto que existem pontos específicos para o despejo de entulhos, como os ecopontos.

Com relação à coleta seletiva, o cronograma original previa que o consórcio começaria a atuar em 50% de Goiânia a partir de 27 de maio, mas agora está definido que a operação será integral a partir de 15 de julho. A varrição mecanizada, que depende da chegada de veículos importados, também teve seu prazo alterado de 1º de junho para 15 de agosto, com uma ampliação gradual do serviço.

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