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Goiânia, 07/04/25
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Ministério Público denunciou Igor Porto por feminicídio após a morte de Marcela Luise de Souza em decorrência de múltiplas agressões

Justiça torna fisiculturista réu por morte da esposa em Aparecida de Goiânia

31/05/2024, às 08:37 · Por Redação

A Justiça aceitou a denúncia contra Igor Porto, tornando-o réu nesta quinta-feira, 30, pela morte de sua esposa, Marcela Luise de Souza, em Aparecida de Goiânia. A Polícia Civil concluiu a investigação na última sexta-feira, 24, e indiciou Igor por feminicídio. Marcela, que sofreu múltiplas fraturas pelo corpo, faleceu dez dias após ser internada em estado gravíssimo devido a um traumatismo craniano.

O juiz Leonardo Fleury acatou a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que afirma que Igor cometeu o crime de maneira cruel, impossibilitando a defesa da vítima. O MP também destacou que o crime se configura como feminicídio, ocorrendo devido à condição de sexo feminino da vítima.

Em nota, a defesa de Igor Porto afirmou não estar surpresa com a decisão judicial e expressou confiança na instrução criminal para demonstrar que os fatos não ocorreram conforme narrado pela acusação.

O Caso
Marcela foi internada em 10 de maio em um hospital particular de Aparecida de Goiânia, levada pelo próprio companheiro. Ela faleceu dez dias depois, em decorrência de várias agressões. Ao chegar ao hospital, Igor Porto Galvão, de 31 anos, afirmou que a esposa havia se machucado ao cair com a cabeça no chão enquanto limpava a casa. Os médicos que a atenderam, no entanto, acionaram a polícia após constatarem que Marcela tinha vários hematomas incompatíveis com uma queda, incluindo traumatismos cranianos bilaterais e na base do cérebro, além de fraturas na clavícula e em oito costelas.

Com essas evidências, a Polícia Civil solicitou e a Justiça decretou a prisão temporária de Igor, que foi detido poucos dias após a internação de Marcela. Durante a audiência de custódia, a prisão de Igor foi convertida em preventiva. Após a morte de Marcela, que tinha 31 anos, em 20 de maio, a delegada Bruna Coelho informou ao Mais Goiás que Igor responderia por feminicídio consumado. O inquérito foi apresentado no dia 24 de maio.

“A defesa do investigado Igor Porto Galvão lamenta profundamente a morte de Marcela Luise e continuará se pronunciando apenas com relação às investigações”, dizia a nota enviada ao Mais Goiás após a confirmação do óbito. Sobre a detenção do suspeito, que também é nutricionista, a defesa argumenta que “não estão presentes os requisitos da prisão preventiva, ou seja, garantia da ordem pública, garantia da instrução criminal ou assegurar a aplicação penal”.

O advogado Thiago Marçal reforça que Igor possui profissão lícita (é nutricionista e educador físico), tem endereço fixo, é primário e não interferiu no andamento da investigação. “A Polícia Civil esteve em sua residência fora de horário para fazer perícia, e ele autorizou. A perícia teve resultado inconclusivo. Importante salientar que o colega advogado, que estava acompanhando Igor, já havia ido à delegacia e o colocado à disposição da autoridade policial. Até o momento, Igor não foi ouvido. A defesa vai entrar com os pedidos cabíveis para que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares diferentes do cárcere”, afirmou Marçal.


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