Condenado por mandar matar Valério Luiz, Maurício Sampaio se entrega à polícia

O empresário Maurício Sampaio, condenado pela morte do radialista Valério Luiz, apresentou-se à Polícia Civil nesta quinta-feira, 20, em Goiânia. A informação foi confirmada pelo advogado de defesa dele, Ricardo Naves, e também pela corporação. Sampaio se entregou na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), no bairro Cidade Jardim, no início da tarde.

O mandado de prisão contra Sampaio foi expedido pela Justiça na tarde de sexta-feira, 14 de junho, mas, segundo a defesa, o empresário não se entregou imediatamente porque estava viajando. Após retornar à capital, Sampaio cumpriu a ordem judicial e se apresentou às autoridades.

No mesmo dia em que foi emitido o mandado de prisão contra Sampaio, a Justiça também determinou a prisão do policial militar da reserva Ademá Figueiredo Aguiar Filho, condenado por ser o autor dos disparos que mataram o radialista. Figueiredo se entregou no presídio militar, localizado no Setor Marista, em Goiânia, no mesmo dia da ordem judicial. O advogado dos réus, Ricardo Naves, afirmou que "tudo o que for determinado haverá de ser cumprido, até que haja uma contraordem".

O juiz Lourival Machado, ao expedir o mandado, explicou que a prisão dos réus já havia sido decretada anteriormente, mas foi concedido habeas corpus posteriormente. O Ministério Público recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a cassação do recurso, restabelecendo a prisão dos réus.

Os quatro réus foram condenados pelo tribunal do júri em Goiânia no dia 9 de novembro de 2022. As defesas apelaram ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), e as condenações foram inicialmente anuladas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em fevereiro deste ano, após o órgão reconhecer que o interrogatório de Marcus Vinícius Pereira Xavier, acusado de ajudar no planejamento do homicídio, foi realizado de forma irregular, sem a presença da defesa dos outros réus.

No entanto, no dia 12 de abril, a ministra Daniela Teixeira reconsiderou a decisão, e o STJ reverteu a anulação do júri, negando habeas corpus a Maurício Sampaio. O julgamento no TJ-GO foi retomado após a decisão do STJ, mantendo as condenações iniciais feitas pelo tribunal do júri em 2022.

Valério Luiz foi morto a tiros aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava. O crime ocorreu em 5 de julho de 2012. Conforme o Ministério Público, o assassinato foi motivado pelas críticas de Valério à diretoria do Atlético Goianiense, da qual Maurício Sampaio era vice-diretor. Valério Luiz foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

---

Maurício Sampaio Polícia Justiça Prisão Caso Valério Goiânia Goiás,