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Divulgação - TJ-GO69 casais se uniram em matrimônio durante uma cerimônia pública organizada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Mais de 60 casais LGBTQIAPN+ se casam em cerimônia coletiva em Goiânia
29/06/2024, às 08:50 · Por Redação
No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, 69 casais se uniram em matrimônio durante uma cerimônia pública organizada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). O evento, realizado nesta sexta-feira, 28, no Jardim Suspenso do Fórum Cível, localizado no Parque Lozandes, contou com a presença de centenas de amigos e familiares que prestigiaram a troca de alianças dos casais. “Ninguém, mais ninguém, vai poder querer dizer como amar”, afirmou o juiz Gabriel Lisboa, coordenador do Comitê de Equidade de Gênero do TJ-GO, durante a cerimônia.
Promovida pela presidência do TJGO e pela Corregedoria Geral da Justiça (CGJ), por meio da Diretoria do Foro da comarca de Goiânia, a cerimônia comunitária simbolizou mais do que a união de 69 casais LGBTQIAPN+, reafirmou o compromisso do Poder Judiciário de Goiás com a promoção dos direitos humanos e a luta contra o preconceito. “Hoje, celebramos não apenas o amor, mas também a igualdade e o respeito”, declarou o presidente em exercício do TJ-GO, desembargador Amaral Wilson, ao destacar a importância da inclusão e dignidade.
A diretora do Foro da comarca de Goiânia, juíza Patrícia Bretas, recordou que o TJ-GO completou 150 anos de história recentemente e enfatizou que o tribunal sempre trabalhou para garantir os direitos da sociedade. “Essa data, em que se comemora o Dia Mundial de Celebração do Orgulho LGBTQIAPN+ e o 1° casamento coletivo dessa população, ficará na história. Espero que toda a sociedade se inspire no exemplo de humanidade e inclusão que o Poder Judiciário hoje transmite”, afirmou a magistrada.
Entre os casais estava o vereador por Goiânia, Fabrício Rosa, que celebrou a união com seu marido, Bruno Revalta. Em entrevista ao jornal Opção, Rosa expressou sua felicidade. “Eu estou extremamente feliz, porque é um momento de concretização dos nossos sonhos. Estar com a pessoa que você ama e o Estado reconhecer esse amor é pessoalmente muito importante, mas é socialmente também muito importante. Significa que a sociedade e o Estado estão dizendo que o nosso abraço, o nosso beijo, o nosso afeto também será respeitado.”
Fabrício e Bruno se conheceram há cerca de cinco anos pelas redes sociais e se apaixonaram ao se encontrarem pela primeira vez em um evento. “Desde então, a gente não se desgrudou. Acho que a gente nunca passou mais de uma semana sem se ver e a gente tem construído uma linda história de muita luta, de muito amor, de afeto e de transformação”, compartilhou Bruno.
Fabrício Rosa ainda ressaltou o desejo do casal de construir uma família. “Queremos ter muitos filhos. Eu não sei se a vida política vai permitir, mas é um desejo grande de ter filhos, de construir uma família, de sair de um apartamento e mudar para uma casa. Enfim, isso aqui é só o início de uma história”, completou.
Em 2023, os Cartórios de Goiás registraram um recorde de casamentos LGBTQIAPN+ com mais de 500 uniões entre pessoas do mesmo sexo, além de 40 alterações de gênero, de acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil. Este número é 55,8% maior que os 326 casamentos registrados em 2022 e 746,7% maior que os 60 realizados em 2013, primeiro ano da norma nacional editada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Para realizar o casamento civil, é necessário que os noivos, acompanhados de duas testemunhas maiores de 18 anos e com documentos de identificação, compareçam ao Cartório de Registro Civil da região de residência de um dos nubentes para dar entrada na habilitação do casamento. Os documentos necessários incluem certidão de nascimento (para solteiros); certidão de casamento com averbação do divórcio (para divorciados); certidão de casamento com anotação do óbito e certidão de óbito do cônjuge falecido (para viúvos), além de documento de identidade e comprovante de residência.
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