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Justiça manda soltar PMs suspeitos de matar técnico e alterar cena do crime em Goiânia

Justiça liberta PMs suspeitos de matar técnico e alterar cena do crime em Goiânia

13/07/2024, às 08:23 · Por Redação

A Justiça determinou a soltura dos policiais militares Tiago Nogueira Chaves e Igor Moreira Carvalho, suspeitos de matar Allan Carlos Porto Carrijo, técnico de instalação de internet, e de alterar a cena do crime em Goiânia. A prisão dos policiais ocorreu no dia 5 de julho, e a decisão de soltura foi tomada nesta semana. O caso, mantido em segredo de Justiça, foi revelado pelo G1 Goiás. Na decisão, o juiz entendeu pela soltura dos investigados, que estavam em uma prisão militar.

O caso ocorreu em 12 de junho, no Residencial Buena Vista II. Na ocasião, uma jovem de 27 anos chamou o serviço de manutenção de internet devido a problemas na conexão. Segundo a jovem, Allan se aproximou dela e a beijou sem consentimento. Após afastar o técnico, a mulher chamou duas amigas, que foram até sua casa e agrediram Allan. O técnico então fugiu, momento em que a jovem acionou a Polícia Militar.

Desdobramentos
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais Tiago e Igor foram até a casa da jovem e depois seguiram em busca do técnico. Eles localizaram Allan em um lote baldio e tentaram prendê-lo com a ajuda do chefe dele, que havia sido chamado para atraí-lo ao local. Segundo os policiais, Allan resistiu à prisão, agrediu os agentes e sacou uma faca. Para conter a suposta agressão, os policiais atiraram três vezes contra o técnico, que morreu no local.

Entretanto, a Polícia Civil encontrou inconsistências na versão apresentada pelos PMs. Peritos não localizaram estojos de bala na cena, e tanto o celular de Allan quanto a faca que ele supostamente teria sacado foram levados para a delegacia. O laudo apontou que Allan foi atingido por quatro tiros, sendo um no peito.

Testemunhas e a jovem que alegou abuso afirmaram não ter visto uma faca com Allan. Durante a fuga, o técnico conversou com sua esposa e chefe, expressando medo de ser morto. Ele chegou a enviar sua localização para que o chefe o encontrasse. No local do incidente, o chefe relatou ter sido ameaçado pelos PMs e obrigado a entregar o celular, que foi levado e posteriormente descartado em uma mata.

A Polícia Civil suspeita que os policiais militares tenham forjado o confronto e plantado a faca na cena do crime, levando à prisão dos agentes em julho.


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