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Goiânia registra maior inflação do país em junho; alta no etanol e gasolina impulsiona aumento de preços na capital goiana

Goiânia registra maior inflação do país em junho

16/07/2024, às 10:17 · Por Redação

Goiânia liderou o ranking nacional de inflação em junho, registrando um aumento de 0,50%, conforme divulgado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 10 de julho. A alta foi majoritariamente impulsionada pelos preços do etanol, que subiu 5,19%, e da gasolina, com incremento de 2,86%. Em contrapartida, a inflação nacional no mesmo período foi de 0,21%, desacelerando em relação a maio, quando havia sido de 0,46%.

No acumulado do ano, a inflação atingiu 2,48%, e nos últimos 12 meses, 4,23%. O principal impacto foi observado no grupo Alimentação e bebidas, que teve uma alta de 0,44%, contribuindo com 0,10 ponto percentual (p.p.) para o índice de junho, embora menor que a alta de 0,62% registrada em maio. Dentro do grupo Alimentação no domicílio, os preços subiram 0,47%, desacelerando em comparação aos 0,66% de maio. Entre os itens que apresentaram queda, destacam-se a cenoura (-9,47%), cebola (-7,49%) e frutas (-2,62%). 

“Entre as frutas, chama a atenção o mamão, que por conta de uma oferta maior e a concorrência com outras frutas da época, teve uma queda no preço. Também a banana prata é destaque, com maior oferta, e ainda, uma perda de qualidade por conta da intensa variação de temperatura em algumas regiões produtoras”, explica André Almeida, gerente da pesquisa. A queda na cebola, complementa o pesquisador, “também se deve à maior oferta, principalmente por conta de melhores produções no Nordeste, onde houve redução de volume de chuvas e temperaturas amenas”.

Por outro lado, a batata inglesa (14,49%), o leite longa vida (7,43%) e o arroz (2,25%) registraram as maiores altas. “No caso do leite, o clima adverso na Região Sul e a entressafra contribui para uma menor oferta, por conta da queda na produção. Já a batata também teve oferta mais restrita, mas relacionada ao final da safra das águas e início da safra das secas, que ainda não chegou a um patamar elevado”, avalia Almeida. O café moído também teve destaque, com alta de 3,03%, acumulando 12,15% de aumento em 2024 devido à valorização no mercado internacional e à redução na oferta mundial do grão.

A Alimentação fora do domicílio teve uma variação de 0,37%, menos intensa que em maio (0,50%). Os subitens lanche e refeição também desaceleraram, passando de 0,78% para 0,39%, e de 0,36% para 0,34%, respectivamente.

O grupo Saúde e cuidados pessoais apresentou a maior variação, com alta de 0,54%, influenciada pelo aumento nos preços dos perfumes (1,69%) e pelos planos de saúde (0,37%), após o reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho. “Neste caso, decorre do reajuste de até 6,91% autorizado pela ANS, com vigência a partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025. Assim, no IPCA de junho, foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e junho”, explica Almeida.

Outra alta significativa foi no grupo Habitação, com aumento de 0,25%, impulsionado pela taxa de água e esgoto (1,13%) após reajustes em várias cidades e pela energia elétrica residencial, que subiu 0,30% devido ao reajuste tarifário em Belo Horizonte. Em contraste, os únicos grupos que registraram queda foram Comunicação (-0,08%) e Transportes (-0,19%), este último impactado pela redução nas passagens aéreas (-9,88%). Apesar disso, os combustíveis tiveram alta de 0,54%, com a gasolina subindo 0,64% e o etanol 0,34%.

Regionalmente, 13 locais tiveram variação positiva em junho, com Goiânia na liderança. Em Porto Alegre, a inflação teve a maior queda, de 0,14%, devido à redução nos preços das passagens aéreas e do gás de botijão. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também desacelerou, registrando alta de 0,25% em junho, menor que os 0,46% de maio. No acumulado do ano, o INPC subiu 2,68%, e nos últimos 12 meses, 3,70%.

Os dados do IPCA e INPC são coletados nas regiões metropolitanas de várias capitais e municípios, abrangendo diferentes faixas de rendimento familiar. O próximo resultado do IPCA, referente a julho, será divulgado em 9 de agosto.


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