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Goiânia, 02/01/25
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Governo federal quer terreno destinado a novo bairro no DF para construção de VLT; area de 4,2 milhões de m², cedida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao Exército em 2020, está agora na mira do governo Lula para o projeto

Governo federal quer terreno destinado a novo bairro no DF para construção de VLT

03/08/2024, às 12:47 · Por Redação

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou interesse em reaver um terreno de 4,2 milhões de m² localizado na região da antiga rodoferroviária de Brasília. O terreno, que foi doado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Exército Brasileiro (EB) em 2020, e posteriormente cedido ao Governo do Distrito Federal (GDF) para a construção do novo bairro Setor Oeste, agora é desejado pelo governo federal para a instalação de uma estação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Este VLT visa conectar Brasília a Luziânia, em Goiás.

De acordo com o Correio Braziliense, o Ministério dos Transportes deve iniciar negociações com o EB e o GDF para cancelar as doações anteriores e avançar no projeto. A publicação do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) no Diário Oficial da União (DOU) em 24 de julho, entre a União, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o Governo de Goiás, reforça o compromisso do governo federal. Este acordo destina R$ 8,4 milhões para estudos, projetos, aquisições, implantação e operação do sistema de transporte de passageiros entre as duas cidades.

O terreno, cedido pelo governo Bolsonaro, compreende 11 lotes, dos quais três já estão ocupados. Fontes ligadas ao Palácio do Buriti consideram injusta a intenção do governo federal de recuperar toda a área, argumentando que há espaço suficiente em outros lotes para o projeto do VLT. Enquanto a situação não é resolvida, o GDF planeja que o novo bairro abrigue 65 mil moradores em 21 mil imóveis, com todos os estudos e projetos já aprovados por entidades como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Para viabilizar a construção de habitações na área, o governo distrital atualizou a lei de parcelamento do solo, aprovada pela Câmara Legislativa (CLDF) no final do ano passado. O custo estimado para a implantação do VLT entre Brasília e Luziânia é de R$ 500 milhões. Durante uma audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, em junho, engenheiros da CBTU ressaltaram que os trilhos atuais não estão em condições ideais para o transporte de passageiros e precisam de reformas.

“Consideramos a rodovia, hoje, ociosa. A grade de interesse do passageiro é os horários de pico e, se for assim, não teríamos conflito com a circulação de trens de carga, mas é necessária uma infraestrutura melhor”, explicou o engenheiro André Jóia ao Correio Brasiliense.

O projeto prevê 10 VLTs (5 composições) operando a uma velocidade máxima de 80 km/h e média de 40 km/h, com um tempo de parada nas estações de 0,5 minutos e funcionamento das 5h20 às 21h. O percurso total deve durar 92 minutos, com intervalos de 35 minutos entre os trens no horário de pico. A capacidade máxima projetada é de 2.240 passageiros por hora, totalizando 24.640 passageiros por dia, com 22 viagens diárias, sendo 14 no horário de pico e 8 durante o dia.

“Em um cenário um pouco mais otimista, poderíamos conseguir do Jardim Ingá até a Rodoferroviária um tempo de percurso de 72 minutos. Já de Valparaíso até a Rodoferroviária, de 50 minutos”, completou o engenheiro Daniel Freitas.

A tarifa proposta para o VLT é de R$ 6. A CBTU aponta que os maiores custos serão a compra dos trens, uma vez que já existe uma infraestrutura básica no local. A empresa atualmente administra sistemas ferroviários de passageiros em João Pessoa, Maceió, Natal e Recife.


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