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Goiânia, 02/01/25
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Poluição do ar em Goiânia ultrapassa média nacional; de acordo com o governo federal, 38 cidades goianas estão em nível de risco devido à poluição

Poluição do ar em Goiânia ultrapassa média nacional e pneumologista faz alerta

04/08/2024, às 13:05 · Por Redação

A poluição do ar em Goiânia está acima da média nacional, segundo o Painel Vigiar: Poluição Atmosférica e Saúde Humana, do Ministério da Saúde (MS) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA). O monitoramento, que mede a exposição ao material particulado fino (MP2.5), mostrou que a capital goiana registrou um índice de 10,18 em 2023, enquanto a média nacional é de 9,9. Este nível de poluição é considerado de risco.

Conforme o MS, o material particulado fino consiste em partículas sólidas ou líquidas presentes no ar, oriundas de várias fontes, como veículos, indústrias, incêndios florestais e atividades humanas. Ao todo, 38 cidades goianas estão acima da média nacional, com os maiores índices registrados em Santo Antônio do Descoberto (12,99), Alexânia (12,99), Águas Lindas de Goiás (12,89), Novo Gama (11,83) e Cocalzinho de Goiás (11,46).

Alerta de Saúde

Em entrevista ao jornal O Popular, a pneumologista Fernanda Miranda destacou os riscos das partículas MP2.5, cujo diâmetro é inferior a 2,5 micrômetros. "Elas podem penetrar profundamente nos pulmões e até na corrente sanguínea, provocando condições como asma, bronquite e outras doenças respiratórias", alertou a médica. 

Ela explicou que a exposição prolongada a essas partículas está associada ao aumento do risco de doenças cardíacas, derrames, redução da expectativa de vida e câncer de pulmão. "Crianças, idosos, gestantes e pessoas com condições de saúde preexistentes são os mais afetados", disse a pneumologista. "Nas crianças, o sistema respiratório ainda está em desenvolvimento, tornando-as mais vulneráveis. Já os idosos frequentemente têm problemas de saúde que podem ser agravados pela poluição do ar."

Para minimizar a exposição ao ar poluído, a médica recomendou evitar atividades ao ar livre durante períodos de alta poluição, permanecer em ambientes internos com ar filtrado, usar máscaras N95, manter ambientes internos limpos com purificadores de ar e boa ventilação, e monitorar a qualidade do ar local.

O Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que mais de 99% da população mundial respira um ar que não atende aos níveis recomendados pela OMS. Segundo a organização, a má qualidade do ar causa 7 milhões de mortes prematuras anuais.

O painel também indicou que de agosto a novembro as taxas de poluição são mais altas, com o pico de 13,50 registrado em outubro do ano passado. André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), explicou que este período agrava os efeitos da estiagem, marcada pela ausência de chuvas e aumento das queimadas.

“A situação do ar fica bastante complexa, principalmente porque temos muito pó, que se levanta facilmente. Outra questão é a continuidade das queimadas, mesmo com orientação e decretos contra essa prática", destacou Amorim.


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