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MP diz que crime foi cometido por meio cruel

Empresário que atropelou vigilante é denunciado por homicídio doloso

13/08/2024, às 12:01 · Por Redação

O motorista Antônio Scelzi Netto, que foi indiciado pela morte do vigilante Clenilton Lemes Correia, de 38 anos, foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás pelos crimes de homicídio doloso e omissão de socorro. A vítima foi atropelada e arrastada quando ia para o trabalho, na GO-020, em Goiânia.

A denúncia foi oferecida pelo órgão e aguarda o recebimento pela Justiça de Goiás nesta segunda-feira, 13. Antônio está em liberdade, uma vez que foi solto da prisão pela segunda vez no dia 8 de agosto, após uma decisão judicial.

Sobre a soltura, a defesa de Antônio disse que a decisão foi proferida com “maestria técnica jurídica, tendo como fundamento a suficiência das medidas cautelares”. Já sobre a denúncia, o advogado Thales José Jayme disse que os argumentos da denúncia estão baeados nos mesmos pontos do relatório policial e que teria omitido "fatos cruciais que demonstram que o acidente foi uma fatalidade, e não um ato intencional".

No documento assinado pelo promotor de Justiça Sebastião Marcos Martins, o órgão narra que Antônio Scelzi Netto dirigiu o carro em que atropelou Clenilton em alta velocidade e após ingerir bebida alcóolica. O Ministério Público ainda diz que o motorista teria bebido em cinco estabelecimentos comerciais na tarde e noite anteriores ao atropelamento.

O órgão ainda ressaltou que o crime foi cometido por meio cruel. Para justificar, o MP explicou que, após ser atropelado, Clenilton e a moto ficaram presos ao carro. Segundo a denúncia, isso teria feito com que o motorista do carro dirigisse em "zigue-zague" na pista, para que eles se desprendessem do veículo.

Na denúncia, o MP também solicitou que o motorista pague uma indenização reparatória e por danos materiais aos descendentes e à esposa da vítima, além de uma indenização mensal aos dependentes de Clenilton, com valor equivalente ao salário que ele recebia.

Atropelamento e prisão 

O acidente aconteceu por volta das 05h40 do dia 9 de junho, na GO-020, no Alphaville Flamboyant. Após concluir que o  motorista dirigia bêbado e em alta velocidade quando atropelou e matou o vigilante, a Polícia Civil indiciou Antônio por homicídio doloso.

Inicialmente, o motorista foi preso horas após o crime, mas passou por audiência de custódia no dia 11 de junho e foi solto. A decisão levou em consideração o fato dele ter residência fixa, emprego e ser réu primário. Apesar disso, definiu regras para a liberdade de Antônio.

Em seguida, o Ministério Público de Goiás (MPGO) pediu uma nova análise da liberdade do motorista. A Justiça reavaliou o primeiro pedido de habeas corpus e, apesar de Antônio ter residência fixa, emprego e ser réu primário, pediu a prisão dele. O mandado de prisão foi cumprido pela equipe da Força Tática do 31º Batalhão da Polícia Militar (BPM) no dia 24 de julho e revogado pela Justiça de Goiás em 8 de agosto.


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