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DivulgaçãoGeneral do Exército Antônio Leite dos Santos Filho anunciou sua saída em reunião rápida com servidores
General Santos Filho deixa presidência da Goinfra após quatro meses de gestão
17/08/2024, às 07:58 · Por Redação
O general do Exército Antônio Leite dos Santos Filho comunicou nesta sexta-feira, 16, sua decisão de deixar a presidência da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), cargo que ocupava há apenas quatro meses. O anúncio foi feito em uma breve reunião com servidores no auditório da agência, onde o general não entrou em detalhes sobre os motivos de sua saída, mas indicou que a decisão partiu dele próprio, conforme relataram servidores presentes.
As informações são do jornal O Popular e a saída do general ainda não foi oficializada. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) retornou de uma viagem ao Rio de Janeiro, onde participou do 23º Fórum Empresarial LIDE, mas ainda não comentou a mudança de comando na agência.
Santos Filho assumiu a presidência da Goinfra em 21 de abril, substituindo Lucas Vissotto, exonerado em meio a investigações de irregularidades e suspeitas de sobrepreço em contratos da pasta. A gestão do general foi marcada por tensões com setores produtivos, especialmente com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner (MDB). Há cerca de dois meses, Santos Filho teria entrado em atrito com Schreiner durante uma reunião sobre a prestação de contas da Goinfra, principalmente devido à lentidão na execução de obras financiadas pelo Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra).
Esses conflitos vieram à tona em um momento crítico, pois havia crescente insatisfação de empresários e deputados estaduais quanto ao ritmo das obras desde que o general assumiu a autarquia. Antes de Santos Filho anunciar sua saída, o governador Caiado se reuniu em São Paulo com Schreiner para discutir o andamento das obras do Fundeinfra e a possibilidade de parcerias entre o governo e a iniciativa privada para acelerar os projetos. A proposta de parcerias é parte de um projeto de lei enviado recentemente pelo Executivo à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
José Mário Schreiner, ao comentar a saída do general ao jornal O Popular, expressou seu desejo de que o próximo gestor da Goinfra possa dar "celeridade às obras". Schreiner também minimizou a gravidade dos conflitos, afirmando que sua reunião com o governador foi uma "visita de cortesia" e que discussões sobre infraestrutura sempre fazem parte de sua pauta. O ex-deputado federal se recupera atualmente de uma cirurgia cardíaca na capital paulista.
O projeto de lei em tramitação na Alego visa criar um programa de parcerias entre o estado e associações privadas formadas por entidades ligadas aos contribuintes do Fundeinfra, para elaboração e execução de projetos de infraestrutura. Essas associações deverão operar sob rígidos princípios de transparência, moralidade e eficiência, e as obras realizadas serão compensadas com créditos do fundo.
A saída de Santos Filho surpreendeu alguns interlocutores do governo, que acreditavam que as divergências já haviam sido superadas e que o general estava engajado na busca de soluções. De fato, ele participou de uma reunião na Secretaria Estadual de Administração (Sead) na manhã da sexta-feira, apenas algumas horas antes de anunciar sua decisão aos servidores da Goinfra.
O general Santos Filho, que já ocupou cargos importantes como diretor de Infraestrutura no Ministério do Esporte e diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foi nomeado para a Goinfra em um momento delicado. Sua nomeação ocorreu em meio a investigações sobre um contrato de R$ 28 milhões e uma licitação de R$ 270 milhões, ambos sob escrutínio por suspeitas de irregularidades e sobrepreço. Durante sua gestão, a Goinfra rescindiu um contrato com a Prime Construções, resultando na exoneração de seis servidores e na suspensão de um pagamento de R$ 1 milhão à empresa.
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