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Reprodução - Portal 6Prefeitura defende adequação da UBS Vila União para o tratamento, enquanto pacientes enfrentam condições precárias durante reformas na Osego
Pacientes de ISTs denunciam descaso e falta de estrutura em Anápolis
25/08/2024, às 09:47 · Por Redação
Pacientes de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) em Anápolis relatam condições inadequadas, descaso e negligência na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila União, onde estão sendo atendidos temporariamente. O Portal 6 obteve um relatório da Associação Grupo da Diversidade LGBTI+ de Anápolis que detalha uma série de problemas na UBS desde que os atendimentos foram transferidos para lá, devido às reformas na Osego, que devem durar seis meses.
De acordo com o relatório, os pacientes enfrentam a falta de privacidade devido ao uso de divisórias finas entre os consultórios, o que impede a confidencialidade necessária para o tratamento de ISTs. Além disso, as obras de reforma em andamento no local causam ruídos constantes e movimentação de trabalhadores, comprometendo a qualidade do atendimento. “Durante as consultas médicas, os médicos e pacientes devem competir com o barulho de furadeiras e martelos para conseguirem escutar um ao outro, prejudicando a consulta e as informações sobre a saúde do paciente”, relatou um dos entrevistados ao site.
Outra preocupação destacada pelos denunciantes é o método de chamamento dos pacientes, muitos dos quais são portadores de HIV. Segundo o grupo, os pacientes estão sendo chamados pelo nome, em vez de por números de senha, o que compromete o sigilo e a confidencialidade. A Prefeitura de Anápolis, no entanto, nega essa alegação, afirmando que "todos são identificados pelas senhas numéricas, não pelos nomes".
Além disso, o relatório menciona um aumento no abandono de tratamentos, causado principalmente pela distância até a Vila União, que dificulta o acesso para muitos pacientes com limitações econômicas, e pela falta de estrutura e privacidade nos consultórios.
"Foi constatado alto índice de abandono do tratamento, primeiro pela distância da unidade, muitos pacientes não possuem condições econômicas para se deslocarem até a Vila União; segundo pela falta de preservação e sigilo da identidade do paciente; terceiro pela ausência de estrutura dos consultórios médicos e impossibilidade de um consultório adequado para atendimento psicológico com sigilo e segurança das informações”, disse o advogado Alex Costa.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) defende que a escolha da UBS da Vila União como local provisório é a mais adequada, considerando o espaço físico disponível. “As unidades são distribuídas em diversos pontos da cidade e foi selecionada a que poderia melhor atender em termos de espaço físico, já que o local conta com dois pisos para garantir um atendimento mais privativo e acolhedor”, declarou a Semusa em resposta às críticas.
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