Qual o limite do besteirol eleitoral em busca de engajamento nas redes sociais?

Humoristas e ‘influencers’ ganham seguidores e, posteriormente, dinheiro com vídeos engraçados nas redes sociais. Alguns viram celebridades instantâneas. Quem nunca ficou minutos e minutos rolando a barra do Instagram para ver vídeos divertidos e ainda encaminhou para os amigos? Sim, são os tempos atuais. 

Com essa ambição de engajar nas redes, políticos passaram a copiar tal modelo. Alguns fazem com desenvoltura, aproveitam a informalidade das mídias digitais para passar um recado importante, anunciar a entrega de uma obra ou serviço à população. 

Os prefeitos do Recife, João Campos (PSB), e do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), fazem isso com maestria. Não é coincidência, ambos estão com suas reeleições encaminhadas. O problema é que nem todo mundo é jovem e antenado como Campos ou tem o carisma e a desenvoltura de Paes. 

Em Goiás, há exemplos de uso adequado das redes, mas o que mais chama a atenção, até certa angústia, são as aberrações.

A vereadora Aava Santiago (PSDB), ‘VereAava’ nas redes é um exemplo de engajamento positivo. A tucana fez de suas redes quase um Big Brother, mostrando sua rotina das seis da manhã à meia-noite. Tem exagero, como a necessidade de falar de todos os assuntos, mas a vereadora fala com seu nicho, mantém seus eleitores mobilizados. 

Já o papel que o prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) cumpre nas redes sociais é tragicômico. É comédia por arrancar gargalhadas de quem assiste os vídeos toscos, as situações esdrúxulas às quais Rogério se submete por engajamento. Quem viu o prefeito ‘cair’ de paraquedas? Ou simular levantamento de peso em uma academia ao ar livre? 

Mas é, sobretudo, tragédia por se tratar de Goiânia, dos interesses de uma capital com 1,5 milhão de habitantes tratados como galhofa. No fim, é a qualidade de vida de milhares de goianienses que está prejudicada por tantos equívocos e malfeitos.

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