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DivulgaçãoComurg atrasa reformas no Cemitério Parque e Cras de Goiânia, com obras indefinidas; reformas começaram em 2022 e, após dois anos, continuam sem previsão de conclusão
Comurg atrasa reformas no Cemitério Parque e Cras de Goiânia, com obras indefinidas
15/09/2024, às 00:57 · Por Redação
A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) enfrenta dificuldades para concluir as reformas no Cemitério Parque e em 14 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da capital, com obras que já deveriam ter sido entregues. Apesar de ter recebido antecipadamente metade do valor total dos contratos, R$ 8 milhões, a companhia ainda não concluiu nenhum dos serviços, deixando em aberto a finalização das intervenções.
Os contratos, geridos pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs), foram assinados entre outubro e novembro de 2022 e previam "reformas em geral e adequações elétricas, estruturais, hidráulicas e arquitetônicas" tanto no Cemitério Parque quanto nos Cras. O acordo referente ao cemitério, avaliado em R$ 5,8 milhões, já passou por três aditivos e foi prorrogado para outubro deste ano. No entanto, a obra permanece inacabada. A reforma dos Cras, inicialmente orçada em R$ 10,3 milhões, teve início em apenas três unidades: Vila Redenção, Baliza e Recanto do Bosque, enquanto as demais permanecem sem qualquer intervenção.
No Cras Vila Redenção, as mudanças foram mínimas desde a última visita da reportagem em abril. Embora o muro tenha sido erguido e as grades instaladas, os portões e a pintura ainda não foram finalizados. Internamente, a estrutura da unidade permanece quase inalterada, e vizinhos relatam que o movimento de funcionários no local é esporádico.
Situação semelhante foi observada no Cras Baliza, onde a obra já estava avançada em abril, mas continua sem finalização. Elementos como telhas, janelas e portas ainda faltam, mesmo com a Sedhs afirmando que 75% do serviço já foi concluído. No Cras Recanto do Bosque, não houve progresso desde a primeira inspeção, realizada em setembro de 2023.
Além desses, o contrato inclui reformas em outras 11 unidades: Capuava, Floresta, Jardim Curitiba II, Jardim Colorado, Jardim Cerrado III, Recanto das Minas Gerais, Real Conquista, Vera Cruz II, Vila Canaã, Vila Isaura e Vila União, mas nenhuma dessas foi iniciada.
No Cemitério Parque, localizado no Setor Gentil Meirelles, a obra também segue parada. A proposta incluía a construção de um novo muro, reforma de vestiários, salas de velório e ossuários, além de melhorias na capela e banheiros. A Comurg afirmou que "51% da obra foi concluída" e que está aguardando o término dos processos licitatórios para retomar as atividades. "A Comurg recebeu apenas 50% do valor do contrato. As obras serão retomadas após a conclusão dos processos licitatórios que estão em andamento", explicou a companhia, sem fornecer detalhes sobre o que ainda falta para finalizar as reformas.
A justificativa apresentada pela Comurg se repete em relação às obras dos Cras, que também aguardam licitações para aquisição de materiais. "As obras terão início após a conclusão dos processos licitatórios", reiterou a empresa, sem oferecer uma previsão para a finalização das intervenções ou detalhar quais serviços ainda estão pendentes.
Enquanto isso, o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) acompanha de perto os contratos da Comurg, investigando as denúncias recebidas, incluindo uma sobre o pagamento antecipado à companhia para as reformas do Cemitério Parque e de praças públicas. No entanto, segundo o TCM, "não consta no sistema do Tribunal nenhum processo" relacionado às obras nos Cras.
O processo no Tribunal trata do repasse antecipado de R$ 8 milhões, correspondente a 50% do valor dos contratos, feito pela Sedhs logo após a assinatura dos acordos. Este pagamento motivou a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal de Goiânia, que apura possíveis irregularidades na gestão da Comurg. No relatório da CEI, foi mencionado que o adiantamento de valores foi justificado com base em um entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou a Comurg, por ser uma empresa pública de capital misto, uma garantia válida para a realização dos serviços.
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