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Apenas 33% dos adolescentes em Goiás tomaram a segunda dose da vacina contra a dengue; baixa adesão preocupa especialistas, que destacam risco de aumento de casos com a chegada da temporada de chuvas

Apenas 33% dos adolescentes em Goiás tomaram a segunda dose da vacina contra a dengue

29/09/2024, às 09:26 · Por Redação

Somente 33% dos adolescentes em Goiás que deveriam tomar a segunda dose da vacina contra a dengue completaram o esquema vacinal, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), na faixa etária de 10 a 14 anos, foram aplicadas 169.756 doses, sendo 131.739 referentes à primeira dose e apenas 38.017 à segunda. Cerca de 79.846 crianças e adolescentes ainda não retornaram para tomar o reforço necessário.

Superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim avalia que a diminuição dos casos e óbitos, aliada ao fim do período chuvoso, tem contribuído para que a população subestime a necessidade de completar a vacinação. “No início, tivemos uma boa procura pela primeira dose, pois estávamos em um cenário de emergência. Agora, com a queda dos casos e a chegada do período seco, enfrentamos dificuldades em conscientizar a população de que a segunda dose é essencial para garantir proteção completa. Muitos pais acham que uma dose basta, e isso não é verdade”, afirmou Flúvia ao jornal O Popular.

Especialistas alertam para os perigos dessa baixa cobertura vacinal. A infectologista Maria Dalva Turchi explicou que a falta da segunda dose deixa a população desprotegida contra a dengue. "Uma dose não oferece proteção suficiente. A segunda é fundamental para garantir uma imunização adequada", destacou a médica, acrescentando que a proximidade do período chuvoso favorece o aumento de casos. “A temporada de chuvas cria um ambiente propício para o retorno da doença. Sem a segunda dose, a população estará vulnerável, e isso é preocupante, especialmente após todo o investimento feito na campanha de vacinação”, reforçou.

Para enfrentar esse desafio, a SES-GO tem orientado os municípios a diversificar as estratégias de vacinação. Entre as recomendações estão a ampliação do horário de funcionamento dos postos de saúde, a busca ativa em residências e a vacinação nas escolas. No entanto, as cidades goianas possuem autonomia para definir as abordagens mais adequadas à sua realidade local.

Segundo a SES-GO, os cinco municípios com maior cobertura vacinal contra a dengue, com o uso da vacina Qdenga, são Divinópolis de Goiás, Goianésia, São João D'Aliança, Davinópolis e Campestre de Goiás. Por outro lado, as piores taxas de cobertura foram registradas em Itapirapuã, Novo Planalto, Baliza, Trombas e Amorinópolis.

A faixa etária para a vacinação foi ampliada no início de maio deste ano, passando a abranger crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, decisão tomada em conjunto com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems) e em conformidade com as orientações da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Até setembro de 2024, Goiás já contabilizou 380 mortes por dengue, tornando este o ano mais letal da doença no estado. Entre as cidades mais afetadas estão Anápolis, com 53 óbitos; Goiânia, com 38; Luziânia, com 25; Cristalina, com 18; e Valparaíso de Goiás, com 15.


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