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Desde o início das investigações, os ministérios públicos de todo o país receberam mais de 300 denúncias contra o médium

MP-GO denuncia João de Deus por crimes de estupro de vulnerável

02/12/2019, às 16:55 · Por Pedro Lopes

Uma nova denúncia de estupro contra vulneráveis tendo como alvo o médium João de Deus foi aberta pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). O processo, protocolado nesta segunda-feira (2), contém mais 11 vítimas dos abusos sexuais, incluindo duas menores, e é a 11ª denúncia realizada pela força-tarefa do MP-GO contra João Teixeira de Faria, de 77 anos.

De acordo com a promotora Renata Ribeiro, integrante da equipe de trabalho, quatro dos novos relatos ainda não prescreveram e serão levados à Justiça para execução penal. “Os casos ocorreram entre 2010 e 2016 e as vítimas são originárias do Rio Grande do Sul, Distrito Federal e duas da Bahia”, disse.

Os crimes que prescreveram ocorreram entre 1976 e 2008. “Chama a atenção a denúncia de duas vítimas que, à época do crime já prescrito, seriam adolescentes: uma de 12 e outra de 14 anos”, detalhou a promotora.

Casos que devem ser julgados

Com os novos relatos, o MPGO contabiliza 144 vítimas de abusos sexuais contra vulneráveis cometidos pelo médium de Abadiânia (GO). Desse total, 57 estão aptos a julgamento em 11 ações penais separadas.

Para a equipe de trabalho, o modus operandi de João de Deus gerava medo e criava um ambiente propício para a prática dos abusos sexuais. “Além de explorar a vulnerabilidade das vítimas, eram feitas ameaças espirituais”, acrescentou Renata.

Histórico

Desde o início das investigações, os ministérios públicos de todo o país receberam mais de 300 denúncias. O caso estourou em dezembro de 2018 e ocasionou na prisão preventiva do médium, ocorrida em 16 de dezembro.

Apesar de continuar sob custódia no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, o MP-GO pediu nova prisão cautelar para reforçar a necessidade de manter o médium afastado da sociedade. O argumento é que a segregação favorece o aparecimento de novas vítimas, que ainda temem represálias do próprio João de Deus ou de pessoas ligadas a ele.



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