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De acordo com o ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, a ampliação da federação está em discussão desde o início do ano

Possível federação entre PDT, Solidariedade, PSDB e Cidadania encontra resistência em Goiás

17/10/2024, às 10:59 · Por Redação

Os diretórios estaduais do PDT e do Solidariedade em Goiás sinalizam obstáculos em relação à possível federação nacional que está sendo articulada com PSDB e Cidadania, partidos já federados desde 2022. Essa nova configuração, conforme o jornal O Popular, está sendo discutida pelas cúpulas nacionais com vistas às eleições de 2026 e 2028, como estratégia para contornar as cláusulas de barreira, que se tornaram mais rígidas após o desempenho fraco dessas siglas nas eleições municipais de 2024.

A principal dificuldade apontada pelas lideranças goianas está no fato de que PSDB e Cidadania mantêm uma postura de oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB), enquanto PDT e Solidariedade integram a base de apoio do governo. "A gente vai ter uma certa dificuldade aqui no estado, principalmente pela ideologia e posicionamento de cada partido em Goiás", declarou presidente regional do PDT e deputado estadual, George Morais, ao reforçar que ainda não houve uma consulta formal a nível estadual sobre o assunto.

De acordo com o ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, a ampliação da federação está em discussão desde o início do ano. "Começamos a conversar com Solidariedade e PDT antes das eleições, e a ideia é consolidar essa federação logo após o processo eleitoral", afirmou Perillo, ao destacar que, embora o diálogo esteja avançado, ainda não há definição sobre o comando da nova federação.

Caso seja concretizada, a federação uniria as bancadas desses quatro partidos, somando 40 deputados federais: 17 do PSDB/Cidadania, 18 do PDT e cinco do Solidariedade. Isso fortaleceria o grupo, aumentando o tempo de propaganda eleitoral e consolidando a posição dessas legendas nas eleições de 2026. "Se juntarmos as bancadas, ganhamos musculatura para enfrentar as próximas eleições", destacou Perillo.

No entanto, o primeiro-secretário do Solidariedade em Goiás, Wagner Camargo Neto, compartilha da mesma visão de George Morais sobre as dificuldades regionais. "Se for para compor com o PSDB, teremos obstáculos no estado", comentou Camargo. Ambos acreditam que, para uma federação funcionar em Goiás, o partido com mais força local deveria liderar, sendo o PDT a sigla que mais elegeu prefeitos no estado nas eleições de 2024.

Morais ressaltou que, mesmo com o encolhimento do partido em relação a 2020, o PDT ainda tem a maior presença entre as legendas envolvidas na possível federação em Goiás. "Se a liderança for do partido mais forte no estado, o cenário muda", afirmou, considerando que o PDT elegeu 11 prefeitos, enquanto o PSDB, que já governou 75 municípios, viu seu número de prefeitos cair para apenas sete neste ano.

Perillo reconheceu que as diferenças regionais podem ser um desafio, mas enfatizou que o interesse maior é a sobrevivência dos partidos. "Claro que haverá divergências em alguns estados, mas o que vai prevalecer é a necessidade de garantir tempo de televisão, fundo partidário e assentos no Congresso", destacou o ex-governador.

A articulação da nova federação tem como pano de fundo a cláusula de barreira, que já impôs desafios às pequenas e médias legendas nas eleições de 2022. A regra se tornará ainda mais rigorosa em 2026, quando os partidos precisarão alcançar 2,5% dos votos válidos ou eleger ao menos 13 deputados federais distribuídos em nove estados. Para 2030, a exigência será ainda maior, com 3% dos votos válidos ou a eleição de 15 deputados federais.

Com a redução expressiva no número de prefeitos eleitos em 2024 — PSDB, Solidariedade e PDT sofreram uma queda de 40% em relação a 2020 —, as legendas agora buscam alternativas para garantir sua relevância política e superar as barreiras impostas nas próximas eleições.


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