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Geovana Albuquerque

Secretaria de Saúde investiga três escolas em Goiânia e Aparecida de Goiânia, enquanto casos de gripe aumentam e vacinação segue abaixo do ideal

Surto de H1N1 em escolas de Goiás resulta em duas mortes

20/10/2024, às 10:28 · Por Redação

A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) investiga um surto de H1N1 em três escolas particulares, com duas mortes confirmadas em decorrência da doença. Os casos surgiram na última semana e afetam dois municípios: Goiânia e Aparecida de Goiânia. A gripe A, causada pelo vírus H1N1, já fez vítimas fatais e levantou preocupações sobre a baixa cobertura vacinal no estado.

O secretário de Saúde de Goiás, Rasível Santos Júnior, confirmou na última sexta-feira, 18, que a situação configura um surto da doença nas unidades de ensino afetadas. "Estamos acompanhando de perto e orientando as escolas para que comuniquem à vigilância sanitária assim que três ou mais alunos apresentarem sintomas gripais, para que possamos agir rapidamente e evitar a disseminação do vírus", afirmou.

Entre os casos mais graves, dois alunos perderam a vida. Uma adolescente de 12 anos, de uma escola em Goiânia, morreu no domingo, 13 de outubro. Já o pequeno Arthur Rocha, de 5 anos, aluno de uma escola em Aparecida de Goiânia, morreu na segunda-feira, 14. A instituição de ensino onde Arthur estudava já contabiliza 25 casos confirmados de H1N1, e o surto teria começado após uma festa de comemoração ao Dia das Crianças, no dia 10 de outubro.

Diante da gravidade da situação, as escolas afetadas tomaram medidas preventivas. A diretora da escola em que Arthur estudava, Moema Davis, publicou um vídeo nas redes sociais pedindo que os pais não levem seus filhos à escola caso apresentem qualquer sintoma de gripe. A vigilância sanitária já visitou a unidade, e as aulas foram temporariamente suspensas para conter novos casos.

"Precisamos que todos colaborem para evitar a propagação da doença. Se a criança estiver com qualquer sintoma gripal, não a mandem para a escola", apelou a diretora.

O secretário de Saúde também destacou que o aumento dos casos de gripe segue um padrão sazonal em Goiás, com picos ocorrendo no outono e novamente no final do ano, a partir de setembro. As variações bruscas de temperatura contribuem para a propagação do vírus. "Precisamos estar preparados. A vacina é o meio mais eficaz de proteção, especialmente para os grupos de risco, que estão mais vulneráveis a complicações graves", alertou Rasível Santos Júnior.

Apesar dos esforços para conscientizar a população, a cobertura vacinal contra a gripe no estado permanece muito abaixo do ideal. Atualmente, Goiás tem apenas 44,91% da população vacinada, quando o Ministério da Saúde recomenda uma taxa de 90%. Em Goiânia e Aparecida de Goiânia, os números são ainda mais preocupantes, com apenas 44,22% e 56,69% de cobertura, respectivamente.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza teve início em março de 2024, focando inicialmente em grupos prioritários, como crianças, idosos e gestantes. Desde abril, a imunização foi ampliada para toda a população acima de 6 meses. Superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim lamentou as mortes e reiterou a importância da vacina. "Ainda temos cerca de 500 mil doses disponíveis, mas a procura tem sido muito baixa, principalmente entre as crianças e os idosos, que são os mais vulneráveis", destacou.

Flúvia reforçou a necessidade de adotar medidas preventivas, como o uso de máscaras e a higienização frequente das mãos. "Em caso de suspeita da doença, é crucial evitar o contato com outras pessoas, pois o vírus é facilmente transmitido por gotículas de saliva", disse.

Segundo dados da SES-GO, até 17 de outubro, Goiás registrou 6.044 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 595 mortes confirmadas. Entre os casos de SRAG, 15% foram causados pela influenza, sendo os mais afetados os idosos e crianças pequenas. A maioria das mortes ocorreu em pessoas com mais de 50 anos.


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