Matérias
DivulgaçãoEm uma das condenações, Gayer foi condenado por compartilhar nas redes sociais o número de telefone de uma professora
Gayer acumula histórico de denúncias por racismo, assédio e ataques a professores
25/10/2024, às 10:26 · Por Redação
A operação deflagrada nesta sexta-feira, 25, pela Polícia Federal é mais um capítulo na polêmica trajetória do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), que agora é investigado por suspeita de desvio de verbas parlamentares. Gayer, já acusado de racismo e de disseminar notícias falsas, teria direcionado recursos públicos a uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) criada com documentos falsificados. Em uma das residências vasculhadas, policiais encontraram R$ 72 mil em espécie, alimentando as suspeitas de um esquema que pode incluir crimes de peculato e falsidade ideológica.
Inflamado aliado de Jair Bolsonaro, Gayer foi condenado
juntamente com a colega Carla Zambelli ao pagamento de indenização por danos
morais por compartilhar nas redes sociais o número de telefone de uma
professora, que havia chamado a parlamentar de fascista em uma mensagem
privada. O deputado Gustavo Gayer também foi condenado. A decisão é da 21ª Vara
Cível. O pagamento da indenização foi fixado em R$ 3 mil, apesar dos pedidos da
professora para receber R$ 117.266,40. Ainda em 2023, várias entidades entraram com ações após uma professora ser
demitida de um colégio em Goiânia por usar uma camiseta com a frase ‘seja
marginal”.
O parlamentar também foi denunciado em junho de 2022 ao Supremo Tribunal
Federal (STF) por incitação ao racismo após uma declaração durante um podcast,
onde, na presença de Gayer, o apresentador comparou o QI da população africana
ao de macacos. A denúncia foi levada ao STF por deputadas do PSOL, que acusaram
Gayer de induzir discriminação e preconceito racial. Mais recentemente, o
deputado associou nordestinos a uma galinha que “se contenta com migalhas”,
declaração feita durante um evento de educação na Bahia, que repercutiu
amplamente nas redes sociais e foi vista como um desrespeito à população da
região.
Reportagem do jornal O Globo destaca ainda, que além das acusações de
racismo, Gayer responde também por assédio eleitoral. Em dezembro, o Tribunal
do Trabalho de Goiânia o condenou a pagar R$ 80 mil por coagir trabalhadores a
votar em Bolsonaro. Segundo o Ministério Público do Trabalho, Gayer teria
realizado visitas a empresas durante a campanha de 2022, pressionando os
funcionários a votarem no então presidente. A defesa do parlamentar alega que
ele apenas apresentou propostas de campanha a convite dos empresários, mas as
acusações foram mantidas. Após a condenação, Gayer atacou a procuradora
envolvida, chamando-a de “petista histérica” e criticando seu parecer. Com a
operação de hoje, que cumpre 19 mandados de busca e apreensão, o histórico de
Gayer na política se complica ainda mais, tornando seu caso um dos mais
controversos no cenário atual.
Gayer Eleições 2024 Gustavo Gayer Goiânia Gyn