Ao comemorar vitória de Mabel, Caiado reclama que Bolsonaro foi “desrespeitoso e deselegante” durante a campanha

Uma multidão já se aglomerava em frente ao Palácio das Esmeraldas antes mesmo do findar da apuração das urnas no início da noite deste domingo, 27, em Goiânia. Isso porque todas as projeções já apontavam para a vitória, agora consolidada, de Sandro Mabel (UB) no segundo turno da capital. Ao lado do prefeito eleito, o governador Ronaldo Caiado, seu principal apoiador, comentou o resultado consolidado e disse ter sido uma “vitória maiúscula”. “Não só em Goiânia, em todos os municípios da região metropolitana de Goiânia. Todos, ganhamos em todos os municípios da Região Metropolitana”.

Mabel foi eleito com 353,5 mil votos, contra 283 mil do bolsonarista Fred Rodrigues, do PL – uma diferença de mais de 70 mil votos. A apuração das urnas aconteceu rapidamente, e logo uma coletiva com o prefeito eleito e o governador foi anunciada para comentar o resultado.

Em meio a dezenas de microfones e profissionais de imprensa se acotovelando, Caiado declarou que o resultado do pleito mostrou que o governo agora tem “uma responsabilidade cada vez maior”. “Primeiro, quebrando mais um tabu […]. Eu sou homem temente a Deus. Agradeço todos os dias. Mas sabe o que é mais importante? Humildade, trabalho, determinação. É assim que se constrói o Estado, é assim que se constrói a cidade. E dessa maneira que eu me comprovei para todo o meu governo. E a resposta está aí. Eleito o nosso prefeito na capital”, afirmou.

“Não tem atestado maior do que esse. Meus parabéns e meus agradecimentos de coração. Muito obrigado, agradeço toda a cidade e a Região Metropolitana inteira. Nós mostramos que quando tem trabalho, o povo sabe reconhecer nas urnas. Está aí o nosso resultado!”, comemorou o governador.

O chefe do Executivo estadual ainda alfinetou o ex-presidente Jair Bolsonaro, que apoiou o candidato derrotado, Fred Rodrigues, e o acusou de ter assumido uma postura “deselegante e desrespeitosa” ao longo da campanha. Caiado também adiantou suas expectativas para 2026, quando pretende disputar o Palácio do Planalto, e destacou que será um projeto de “aglutinação de forças”.

“Olha, eu tenho toda a disposição, tá certo? Eu não sou homem de fechar portas para ninguém. O Bolsonaro foi extremamente deselegante, até desrespeitoso, tá certo? Mas eu acho que a idade, eu tenho uns anos a mais, eu vou poder transmitir a ele como é que é comandar um processo, como é aglutinar as forças, como é respeitar as lideranças de cada um dos estados, porque não se ganha eleição dividindo as nossas forças. Nós só vamos ser eleitos em 2026 dentro de uma convergência de ideias. Isso é aquele que tiver mais condições de aglutinar, de disputar e depois de chegar no segundo turno, aglutinar a maioria para não deixar com que o PT se eleja por mais quatro anos. Acho que esse é o objetivo”, pontuou.

“Agora isso não se faz da maneira como fizeram aqui em Goiânia. E se faz sim é com respeito, é com reconhecimento das pessoas que realmente têm prestígio nos seus estados. Cada estado, o seu líder tem que ser reconhecido. Então eu continuarei e vou trabalhar muito para mostrar a essas pessoas e a esses que se acham donos da verdade e dos votos, que não é assim que se governa, não é assim que se ganha eleição. É no diálogo, é na composição, é na articulação política”, completou o governador.

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