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Goiânia, 13/03/25
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Divulgação - Polícia Civil

Investigação desarticulou atuação de profissionais que intermediavam ações do PCC e ADE no estado; penas ultrapassam oito anos de reclusão

Advogados ligados a facções criminosas em Goiás são condenados à prisão

24/11/2024, às 09:48 · Por Redação

Dois advogados que mantinham vínculos com as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Amigos do Estado (ADE) em Goiás foram condenados à prisão. Queslei da Silva e Souza e Marcos de Oliveira Guerra foram sentenciados por integrar organizações criminosas e realizar atividades ilícitas. Marcos também foi condenado por lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas.  

As penas foram aplicadas no contexto da operação Honoris Criminis, conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). Queslei recebeu a sentença de 6 anos e 5 meses de reclusão, em regime fechado, além de 35 dias-multa. Marcos foi condenado a 8 anos e 8 meses de prisão e 66 dias-multa. Ambos foram absolvidos do crime de receptação, decisão que o MPGO já recorreu.

Queslei da Silva desempenhava um papel estratégico no núcleo Sintonia dos Gravatas do PCC, responsável por gerenciar advogados associados à facção. Entre abril de 2022 e março de 2024, ele facilitou a comunicação entre a liderança da organização e os presos em Goiás. A investigação revelou que Queslei transcrevia e transmitia mensagens conhecidas como “bate-bola de saída” ou “plaquinhas de saída”, além de obter informações para fortalecer a atuação da facção dentro do sistema prisional.  

Inicialmente atuando no Entorno do Distrito Federal, ele expandiu sua influência para presídios em todo o estado de Goiás, ampliando a abrangência das ações do PCC. Suas atividades eram comprovadas por trocas de mensagens via WhatsApp, que documentaram sua participação ativa na facção.  

Marcos de Oliveira Guerra, por sua vez, era membro tanto do PCC quanto da facção goiana ADE, originada em Trindade. Estima-se que a ADE possua mais de 2 mil integrantes, com forte presença na Região Metropolitana de Goiânia e ramificações interestaduais.  

Com laços familiares em lideranças da ADE dentro do Presídio Especial de Planaltina, Marcos atuava como elo entre as duas facções. Ele organizava planos conjuntos, incluindo motins em presídios goianos, e intermediava interesses comuns entre os grupos.  

Além disso, ele foi implicado em lavagem de dinheiro, com a transferência de um imóvel comercial em Pirenópolis para seu nome, transação supostamente realizada com recursos do tráfico de drogas. O imóvel se tornou peça-chave na investigação, que apontou como o crime organizado utilizava bens para camuflar os lucros ilícitos. 


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