MP-GO solicita prorrogação de prisões de Wilson Pollara e auxiliares

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) requisitou, nesta sexta-feira, 29, a prorrogação por mais cinco dias da prisão temporária de Wilson Pollara, secretário de Saúde de Goiânia, e de seus dois auxiliares, Quesede Ayres Henrique, ex-secretário-executivo, e Bruno Vianna Primo, ex-diretor financeiro da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O trio foi detido na última quarta-feira, 27, durante operação que apura irregularidades em contratos administrativos e formação de associação criminosa.

A juíza Ana Cláudia Veloso, responsável pelo caso, ainda não se manifestou sobre o pedido. A decisão determinará se os investigados permanecerão sob custódia para continuidade das investigações.

Esquema
As investigações revelam que os suspeitos deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios para entidades do terceiro setor responsáveis pela gestão de unidades hospitalares em Goiânia. A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) foi uma das mais prejudicadas, acumulando uma dívida de R$ 121,8 milhões com fornecedores, o que comprometeu seriamente o funcionamento regular de hospitais e maternidades.

O MP-GO destacou que o suposto esquema contribuiu para uma crise de gestão sem precedentes na saúde pública da capital. A rede hospitalar enfrenta restrições no acesso a leitos de enfermaria e UTI, falta de insumos básicos, paralisações de serviços essenciais e descumprimento de decisões judiciais.

Além disso, foram identificados indícios de irregularidades em diversas contratações e tentativas deliberadas de frustrar o trabalho de órgãos de controle externo. O cenário gerou uma desestruturação progressiva da assistência hospitalar e deficiências graves nas políticas públicas de saúde básica, impactando diretamente o atendimento à população.

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