Roberto Naves enfrenta críticas ao pedir aprovação de orçamento suplementar sem detalhamento

A Câmara Municipal de Anápolis e o prefeito Roberto Naves (Republicanos) protagonizam um impasse em torno de um projeto de lei que visa alterar o orçamento municipal. O chefe do Executivo solicitou a exclusão de restrições impostas pela suplementação aprovada pela Casa, de 38%, para garantir recursos destinados a despesas como salários de servidores, saúde e educação. Entretanto, membros da Câmara classificaram a medida como um “cheque em branco”, por não especificar valores ou áreas beneficiadas.

Em um vídeo divulgado nesta terça-feira, 10, Roberto Naves criticou a postura dos vereadores, acusando-os de tentarem “transformar a cidade em caos” ao não aprovarem a medida. “Se a Câmara não autorizar, os servidores ficarão sem salário, não teremos combustível para as ambulâncias do Samu e nem repasses para a Santa Casa. O dinheiro existe, mas depende da autorização”, disse o prefeito.

Naves também convocou a população para acompanhar a votação marcada para esta quarta-feira, 11, ao afirmar que os vereadores poderiam estar agindo para “facilitar a vida de quem vai assumir” em janeiro, em referência ao prefeito eleito Márcio Corrêa.

Interlocutores da Câmara afirmam que o projeto de Naves carece de detalhamento, como valores exatos, áreas afetadas ou origem dos recursos a serem remanejados. “A proposta não aponta quais dotações serão suplementadas ou quais despesas serão atendidas. Isso desrespeita a função dos vereadores de fiscalizar e garantir a transparência dos gastos públicos”, declarou um parlamentar sob anonimato ao jornal Opção.

Os vereadores também destacaram que a suplementação de 38% do orçamento para 2024, equivalente a R$ 820,3 milhões, foi aprovada justamente para permitir ajustes necessários. Contudo, alegam que o novo projeto carece de justificativa adequada para mudanças adicionais.

Acusações
O debate ganhou novos contornos com acusações de que o prefeito eleito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), teria influenciado a postura dos vereadores para barrar o projeto. Corrêa negou as acusações e rebateu as críticas de Naves. “Os vereadores estão cumprindo seu papel de fiscalizar. Essa tentativa de criar uma narrativa contra os parlamentares e servidores é uma manobra irresponsável que evidencia a falta de planejamento da atual gestão”, disse ao jornal Opção.

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