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Justiça determinou nova prisão de ex-secretário e de quatro pessoas envolvidas em assinatura de contrato com suspeita de fraude
Em 17 dias, associação gasta R$ 10 milhões de convênio com a saúde de Goiânia
18/12/2024, às 17:56 · Por Redação
A União Mais Saúde (UMS) , associação investigada pela Polícia Civil por suspeita de irregularidade em convênio com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, teria "pulverizado" em apenas 17 dias os R$ 10 milhões recebidos logo após a assinatura do contrato com a pasta, em 15 de agosto. Após receber uma notícia-crime do Ministério Público de Contas (MPC) apontando diversas irregularidades na forma como o contrato e os pagamentos foram feitos pela SMS, a Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) encontrou também suspeitas de irregularidades na forma como a UMS esvaziou a conta bancária por onde recebeu os recursos públicos.
O convênio era para realização de serviços diversos, como exames em unidades móveis de saúde, palestras e ações de inserção, cursos de capacitação e uma pesquisa bastante específica envolvendo pacientes com doença de Crohn grave. Assim que o dinheiro caiu na conta, em três repasses entre 19 e 22 de agosto, a USM repassou R$ 6,47 milhões para uma distribuidora de medicamentos na Vila Osvaldo Rosa sem relação ao contrato com a SMS, R$ 2,65 milhões para outra conta bancária da própria associação, mas para outro convênio com outro órgão público, e, por fim, R$ 875 mil para o procurador da UMS, que é irmão do presidente da entidade.
Na conta criada exclusivamente para receber os recursos do convênio, a Polícia Civil encontrou apenas R$ 4,4 mil, apesar de o contrato ter sido suspenso no dia 4 de setembro pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO), também a pedido do MPC. Para a Deccor, a forma como o dinheiro chegou à conta da UMS e rapidamente saiu envolve suspeita de crimes de falsidade ideológica, peculato em modalidades de desvio e apropriação, e lavagem de dinheiro, com ação clara de dois núcleos, um dentro da secretaria e outro envolvendo a associação e a empresa. No primeiro, três servidores foram citados, e a Justiça autorizou o afastamento deles dos cargos.
União Mais Saúde Prefeitura de Goiânia