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Goiânia, 13/03/25
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Valdivino Oliveira destaca a necessidade de decretos de calamidade para conter despesas e acredita na possibilidade de reverter o quadro em seis meses

Dívida da Comurg e déficit financeiro elevam crise em Goiânia para R$ 3 bilhões, aponta secretário de Finanças

03/01/2025, às 09:37 · Por Redação

O déficit financeiro da Prefeitura de Goiânia atingiu a marca de R$ 3 bilhões, segundo o secretário de Finanças, Valdivino José de Oliveira. Durante reunião do secretariado convocada pelo prefeito Sandro Mabel (UB), nesta quinta-feira, 2, Oliveira detalhou as dívidas do município, com destaque para os passivos da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e da Saúde, que somam as maiores parcelas.

“A dívida da Comurg deve chegar a R$ 2 bilhões, enquanto a Saúde acumula um déficit de aproximadamente R$ 500 milhões. Além disso, temos o Instituto de Previdência Municipal (IPM), com R$ 250 milhões em pendências, e restos a pagar em todas as secretarias. O total se aproxima de R$ 3 bilhões”, explicou Oliveira.

Para enfrentar a crise, Mabel assinou 12 decretos administrativos, incluindo o de calamidade financeira. As medidas visam conter despesas, renegociar dívidas e interromper o avanço do déficit crônico. Segundo Oliveira, o objetivo é alcançar um superávit que permita investimentos no município.

“Precisamos frear essa bola de neve. O decreto de calamidade financeira é essencial para conter gastos e iniciar um processo de reversão. Temos condições de reverter esse cenário em seis meses, mas será necessário esforço conjunto e planejamento rigoroso”, destacou o secretário.

Comurg
A situação da Comurg é especialmente crítica. Oliveira explicou que há uma discussão no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) sobre a dependência da companhia em relação à Prefeitura. “Se a Comurg for considerada uma empresa dependente, seu déficit integra o do município. Precisamos regularizar essa situação e adotar técnicas de gestão que permitam a administração dos débitos acumulados”, afirmou.

Para lidar com as dívidas da Comurg e outros passivos, Oliveira sugere a aplicação de estratégias como o parcelamento de tributos e a renegociação com fornecedores. “Tributos podem ser refinanciados em até 120 parcelas, o que alivia a pressão imediata. Já os fornecedores e prestadores de serviços exigem respostas mais rápidas”, explicou.

Saúde
A crise na Saúde, com um déficit de R$ 500 milhões, também é um dos principais focos da gestão. Oliveira ressaltou a necessidade de buscar apoio do governo federal para aliviar as contas do setor, que atende não apenas a população de Goiânia, mas também de outros municípios e estados. “Sabemos que a saúde é um direito de todos, e os municípios acabam assumindo grande parte da assistência. Precisamos de mais recursos federais para garantir o atendimento à população”, enfatizou.

Rebate
Em meio às ações do novo governo, o ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) contestou os números apresentados, alegando que a situação financeira da capital “não é tão negativa como falaram”. Sandro Mabel, no entanto, rebateu, afirmando que a situação é “muito grave” e requer intervenções imediatas.

A nova gestão planeja usar tecnologia e métodos de governança para monitorar gastos e aumentar a transparência. “Estamos organizando a casa para trazer eficiência e responsabilidade na aplicação dos recursos públicos”, concluiu Oliveira.


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