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Equipamentos como pistolas de choque serão disponibilizados em todo o estado até abril, afirma comandante geral da Polícia Militar, coronel Marcelo Granja
Após morte em hospital, PM anuncia uso de armas não letais em todas as viaturas
21/01/2025, às 09:33 · Por Redação
Após a morte de um paciente em surto no Hospital Municipal de Morrinhos, no sul de Goiás, a Polícia Militar (PM) anunciou que, até abril deste ano, todas as viaturas em serviço no estado terão Dispositivos Eletrônicos de Controle (CECs), mais conhecidos como teasers. O anúncio foi feito pelo comandante geral da PM, coronel Marcelo Granja, nesta segunda-feira, 20.
O caso que motivou a decisão ocorreu no último sábado, 18, quando Luiz Cláudio Dias, de 59 anos, foi baleado por um policial após fazer uma enfermeira refém com um caco de vidro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. De acordo com o coronel, a equipe que atendeu a ocorrência não tinha uma pistola de choque à disposição no momento.
“Hoje, todas as unidades da PM já possuem esse dispositivo, mas, no caso de Morrinhos, a primeira equipe que chegou não estava equipada. Infelizmente, a situação evoluiu muito rápido, e o policial teve que usar uma arma letal para proteger a vida da refém. Isso vai mudar em breve. Até abril, todo policial de serviço em qualquer cidade de Goiás terá acesso ao equipamento”, garantiu Granja, em entrevista ao portal Mais Goiás.
Segundo o comandante, a PM de Goiás já viabilizou a aquisição de 1.200 a 1.300 pistolas de choque por meio de uma Ata de Registro de Preços em parceria com outros órgãos de segurança. O objetivo é garantir que todas as equipes de patrulha estejam preparadas para lidar com situações críticas sem recorrer, inicialmente, a armas letais.
Luiz Cláudio, que era portador de doença renal crônica, estava internado para tratamento no Hospital Municipal de Morrinhos. No dia do incidente, ele teve um surto e, ao ser impedido de sair da UTI, pegou uma enfermeira como refém, ameaçando cortar seu pescoço com um pedaço de vidro.
Durante a tentativa de resgate, o policial disparou para atingir a perna do paciente, mas o tiro acabou acertando sua barriga quando ele se abaixou de forma inesperada. Luiz Cláudio foi socorrido, mas não resistiu. A enfermeira escapou ilesa fisicamente, mas ficou profundamente abalada.
A família de Luiz criticou o uso de “força desproporcional” e anunciou que irá processar o município e o estado. “É inadmissível que alguém em surto seja tratado como uma ameaça mortal sem tentativas efetivas de negociação ou contenção menos agressiva”, declarou um parente.
Por outro lado, a PM defendeu a ação do policial, afirmando que ele seguiu os protocolos estabelecidos e tomou a decisão de disparar para salvar a vida da refém.
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