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Investigado por esquema de desvios na Saúde, Marconi Perillo estava em São Paulo para evitar busca e apreensão da Polícia Federal
Marconi Perillo driblou a PF: ex-governador deixou Goiânia antes da operação
08/02/2025, às 12:20 · Por Redação
A decisão judicial que levou à deflagração da Operação Panaceia, na quinta-feira (6/2), revela que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) já tinha conhecimento prévio de que seria alvo da Polícia Federal. Antecipando-se à ação, ele viajou para São Paulo, evitando ser surpreendido pelos agentes em sua residência, localizada em um condomínio de luxo em Goiânia. Dos 11 investigados, apenas dois estavam em casa quando os mandados foram cumpridos.
A iminente deflagração da operação já era de conhecimento da defesa do ex-governador. Em outubro do ano passado Marconi Perillo obteve uma liminar em habeas corpus para suspender temporariamente o inquérito. Em janeiro deste ano, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou a retomada do inquérito com a condição de conclusão em 90 dias, sob pena de trancamento do inquérito policial. Isso reforça a tese de que Marconi e outros investigados tinham informação prévia sobre a ação policial.
A investigação mira um esquema de desvio de recursos por meio da contratação de uma Organização Social (OS) para gerir hospitais estaduais em Goiás. Segundo a Polícia Federal, o Instituto Gerir contratava o escritório de advocacia de João Paulo Brzezinski, que repassava valores a contas bancárias de Marconi Perillo, da ex-primeira-dama Valéria Perillo e das filhas do casal. O mesmo escritório foi contratado por outras nove OSs, recebendo R$ 4,79 milhões apenas da Gerir entre 2013 e 2018. Ao todo, as empresas ligadas a Brzezinski teriam faturado R$ 7,42 milhões somente da OS investigada.
A Operação Panaceia cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, sendo 10 em Goiânia e um em Brasília. A ação foi autorizada pela 11ª Vara Federal e contou com a participação de 46 policiais federais e quatro servidores da Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação teve início em 2019, com base em denúncias anônimas que apontavam que Perillo teria instituído o modelo de gestão por OSs para viabilizar o desvio de recursos.
Além de Marconi, também foram alvos da operação o advogado João Paulo Brzezinski, ex-secretário estadual de Saúde Antônio Faleiros e seu filho, o médico Bruno Faleiros, e outros sete investigados. A família do ex-governador também foi atingida pela investigação, com a quebra de sigilo bancário de Valéria Perillo e das filhas do casal.
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