Coluna do Pablo Kossa: Chororô sobre proibição de estacionamento é filme repetido

A Prefeitura de Goiânia publicou o acertado decreto que proíbe o estacionamento em 11 avenidas da cidade. Essa é a mais polêmica das medidas que estão no importante Programa Nova Mobilidade. A reclamação vem prioritariamente dos comerciantes que têm seus empreendimentos nas vias em questão e reclamam de um suposto prejuízo por conta da dificuldade que os clientes enfrentarão para estacionar seus veículos. Típico “jus esperniandi”, direito do qual sou um grande defensor.

 

Cazuza dizia “eu vejo um futuro repetir o passado”. Eu também vejo isso em Goiânia. Esse chororô pelo mesmo motivo já rolou nas alterações da T-63, 85, 10, T-7, T-9, T-10... Se voltarmos mais, veremos o quanto chiaram os comerciantes da Cidade de Goiás quando Pedro Ludovico anunciou a construção de Goiânia. Não foi pouco. E o que não falta é vilaboense até hoje ressentido com a decisão do médico de Rio Verde.

 

Toda mudança é desconfortável no início. A inércia é uma força poderosa para o ser humano. Nossa tendência é permanecer do jeito que estamos. Mas mudanças se impõem pelas circunstâncias. É o caso das alterações feitas por Sandro Mabel nas avenidas goianienses de grande fluxo.

 

Comércios de certo perfil vão sofrer, é claro. Outros se adaptarão ao novo modelo de trânsito e alguns surgirão devido ao perfil que a via ganhará. É do jogo.

 

O que não dá é travar a cidade por conta de interesses “umbiguistas” que consideram leis de trânsito um direito adquirido. Isso não existe.

 

Goiânia precisa de corredores exclusivos que proporcionem fluidez ao transporte coletivo. Estacionar rente ao meio-fio impede essa necessidade. Que os carros procurem outro local próximo para que os ônibus circulem livremente naquele espaço antes destinado aos veículos individuais.

 

Cidades grandes funcionam assim. E por mais que vários comerciantes resistam, Goiânia é uma cidade grande. A décima do país em número de habitantes.

 

A caravana precisa passar mesmo com todo ladrar ao redor.

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