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Câmeras com inteligência artificial são instaladas em Goiânia; mais de 200 totens equipados com tecnologia avançada já monitoram ruas da capital

Câmeras com inteligência artificial são instaladas em Goiânia

26/02/2025, às 11:06 · Por Redação

A segurança pública em Goiânia está ganhando um novo aliado: câmeras equipadas com inteligência artificial (IA) e integradas ao sistema das forças de segurança do estado. Desde o início de 2024, mais de 200 equipamentos foram instalados em frente a comércios e residências por empresas privadas. A previsão é que esse número salte para 1,5 mil até o fim do ano, espalhados em cerca de 500 totens com três câmeras cada.

Essas estruturas já são visíveis em diversas regiões da capital, especialmente em bairros nobres como Bueno, Marista e Oeste. Na Avenida Ricardo Paranhos, no Setor Marista, por exemplo, seis totens da empresa Tutor S.A foram instalados. O equipamento também foi verificado em vias como as ruas T-60, T-62 e T-66, no Setor Bueno, além da Rua 13, no Centro.

Presidente do Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Estado de Goiás (Siese-GO), Sérgio Monteiro de Oliveira explicou ao jornal O Popular que a iniciativa é respaldada pela Lei Estadual 22.217, sancionada em agosto de 2023. A legislação permite que pessoas jurídicas ou físicas compartilhem voluntariamente imagens com o poder público para auxiliar investigações, identificar suspeitos e monitorar áreas públicas.

Com base nessa norma, um termo de cooperação foi firmado entre o Siese-GO e a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), possibilitando o fornecimento de imagens pelas 17 empresas ligadas ao sindicato. "A vantagem é que, se algum crime for cometido com um veículo em Goiânia, ao passar por Aparecida de Goiânia o sistema pode identificá-lo", explica Sérgio. Em Aparecida, no entanto, ainda há poucos totens instalados.

A ideia das autoridades é expandir ainda mais essa rede, criando um "cinturão de segurança" com totens ao redor da cidade. Além disso, câmeras convencionais de segurança, instaladas em residências e comércios, podem ser integradas ao sistema de monitoramento colaborativo, com as imagens processadas na nuvem por inteligência artificial. "As câmeras identificam atitudes suspeitas e enviam alertas automáticos para síndicos, moradores ou comerciantes por meio de um aplicativo", destaca Sérgio.

A instalação dos totens é patrocinada por empresas privadas, que exibem publicidade nas estruturas. Os estabelecimentos próximos às câmeras não pagam pela instalação, apenas por eventuais custos de manutenção. No site da Tutor S.A., por exemplo, o modelo de aquisição do serviço destaca benefícios como acesso a imagens ao vivo e armazenamento de gravações. "Uma construtora patrocinou câmeras próximas a uma área prioritária para seus negócios nos setores Marista e Bueno", cita Sérgio como exemplo.

Além de auxiliar investigações, as câmeras têm um forte efeito preventivo. "Os totens inibem a ação criminosa, pois criminosos sabem que estão sendo monitorados. Isso traz segurança para condomínios, empresas e toda a região", afirma o presidente do sindicato. Outro recurso disponível nos equipamentos permite que pedestres registrem ocorrências diretamente no totem, acionando automaticamente a empresa responsável, que pode chamar a polícia.

A adoção desse modelo já ocorre em outras capitais brasileiras. São Paulo e Rio de Janeiro expandiram significativamente o uso de totens de segurança, com participação de empresas como Gabriel, CoSecurity e RS Serviços, em parceria com órgãos públicos. Na capital paulista, programas como Smart Sampa e Muralha Paulista utilizam as imagens compartilhadas por empresas privadas para reforçar a vigilância urbana.

Um exemplo recente do impacto dessa tecnologia ocorreu no latrocínio do ciclista Vitor Medrado, no Itaim Bibi, em São Paulo, no último dia 13. Câmeras privadas registraram o trajeto dos suspeitos e ajudaram a identificar outra ocorrência envolvendo a mesma motocicleta e placa.

Em Goiás, a SSP destaca que a integração com câmeras privadas representa "um avanço importante na ampliação das ferramentas de monitoramento e prevenção". No entanto, a pasta ainda não divulgou estatísticas sobre quantos crimes foram solucionados ou quantas prisões foram efetuadas a partir das imagens. "A análise desses impactos ainda está em andamento dentro dos fluxos internos da segurança pública", informou em nota.


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