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Goiânia, 01/04/25
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Aquisição de 70 mil toneladas de Cbuq busca melhorar pavimentação da capital, mas especialistas alertam para falhas na drenagem urbana

Prefeitura de Goiânia investe R$ 25,6 milhões na compra de asfalto para reforçar tapa-buracos

05/03/2025, às 07:27 · Por Redação

A Prefeitura de Goiânia vai destinar R$ 25,6 milhões para a compra de 70 mil toneladas de concreto betuminoso usinado a quente (Cbuq), material essencial para obras de pavimentação. O termo de homologação da licitação aponta que cada tonelada custará R$ 366. A medida faz parte das ações da gestão de Sandro Mabel para recuperar o asfalto da cidade, alvo de reclamações frequentes devido à grande quantidade de buracos nas ruas.

O contrato foi firmado com a Construtora Goiana de Pavimentação e Mineração Ltda, vencedora de um pregão eletrônico realizado no ano passado. O material adquirido segue o padrão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), faixa C, com CAP 50/70. Com essa aquisição, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) prevê intensificar as operações de tapa-buracos na capital.

Segundo a Seinfra, apenas em janeiro deste ano foram tapados 22,9 mil buracos em todas as regiões de Goiânia. A ação foi realizada durante quatro mutirões nas áreas Norte, Sul, Leste e Noroeste. A região Sul liderou a quantidade de buracos reparados, com 9.198 tapados em bairros como Jardim Bela Vista, Parque Santa Cruz, Parque Atheneu, Residencial Ville de France e Brisas do Cerrado.

A situação da pavimentação em Goiânia não é recente. Durante sua campanha de reeleição, o ex-prefeito Rogério Cruz afirmou ter restaurado 1,3 mil quilômetros de asfalto e prometeu requalificar outros 2 mil quilômetros. No entanto, sua gestão foi marcada por obras inacabadas. Até dezembro de 2024, dez projetos de pavimentação e recuperação asfáltica estavam atrasados, conforme levantamento feito no Portal da Transparência. Essas obras tiveram início entre abril e agosto de 2023.

Além dos atrasos, especialistas apontam falhas na execução dos serviços. O engenheiro civil Klebber Formiga, professor da Universidade Federal de Goiás e coordenador-geral do Plano de Drenagem Urbana de Goiânia, destacou em entrevista ao jornal Opção que a qualidade da requalificação asfáltica tem comprometido a drenagem da cidade.

“Foi feito o asfaltamento de várias ruas de Goiânia. E como eu disse, o primeiro ponto de drenagem da cidade é a rua. E o que eles estão fazendo? Asfaltando por cima do asfalto já existente, reduzindo a vazão das bocas de lobo, devido ao aumento do nível do asfalto. Estão, literalmente, soterrando as bocas de lobo”, alertou o especialista.

O professor também criticou a falta de planejamento no nivelamento das vias. Segundo ele, o aumento da camada de asfalto compromete o acesso a estruturas subterrâneas essenciais para inspeções e manutenção da rede pluvial. “Aquela tampa que fica no meio da rua, que são os postos de visita, estão passando o asfalto por cima. Como é que vai fazer a inspeção da rede assim? E estão fazendo a rua plana. Se você faz a rua plana, teremos o escoamento no meio dela. Se tem um escoamento no meio, você vai ter buraco na rua. Tudo isso é interligado”, afirmou.


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