Cais Campinas será transformado em UPA de porte 3 em Goiânia

O Centro de Atenção Integral em Saúde (Cais) de Campinas passará por uma grande reformulação e será convertido em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de porte 3. O anúncio foi feito pelo prefeito Sandro Mabel (UB) nesta quarta-feira, 5, durante entrevista à rádio CBN Goiânia. A mudança, que busca melhorar a estrutura e ampliar a capacidade de atendimento, será financiada em parte por uma emenda parlamentar do senador Vanderlan Cardoso (PSD). No entanto, os recursos federais só serão liberados após a finalização de trâmites burocráticos.

Com capacidade para atender até 300 mil pessoas, uma UPA de porte 3 é a maior desse modelo no Brasil. Para efeito de comparação, unidades de porte 1 atendem entre 50 mil e 100 mil habitantes, enquanto as de porte 2 cobrem entre 100 mil e 200 mil. “O Cais Campinas é a unidade mais demandada e está em uma situação bem precária. Foi onde fizemos uma reforma para pintura e retirada de vazamentos e mofos”, afirmou Mabel.

Atualmente, tanto um Cais quanto uma UPA funcionam 24 horas por dia, mas há diferenças na complexidade dos atendimentos. Enquanto o Cais oferece serviços ambulatoriais especializados e exames básicos, uma UPA tem estrutura intermediária entre os serviços de urgência e os hospitais, sendo capaz até de realizar pequenas cirurgias.

A Prefeitura de Goiânia confirmou, por meio de nota, que a nova UPA terá um investimento estimado em R$ 8,539 milhões e capacidade para atender até 450 pacientes por dia. O município optou por transformar o Cais Campinas devido à “alta demanda por atendimento médico” e às “condições precárias da estrutura atual”. Segundo a administração municipal, a unidade frequentemente recebe pacientes com casos de maior complexidade, que exigem uma adequação do serviço.

Obras
O projeto prevê que a obra dure até dois anos, mas tudo depende da liberação da verba federal. A Prefeitura esclarece que a indicação da emenda parlamentar está prevista para 2025, mas os recursos só serão repassados após a aprovação da documentação e a habilitação pela Secretaria Estadual de Saúde. Somente depois dessas etapas será possível definir o cronograma da construção. Um dos requisitos para a instalação de uma UPA de porte 3 é a disponibilidade de um espaço mínimo de 1,3 mil metros quadrados. O atual Cais Campinas atende a esse critério, ocupando uma área de 4 mil m².

Para evitar a descontinuidade dos serviços, a Prefeitura pretende manter o atendimento no local durante a reforma. A estratégia será semelhante à adotada na conversão do Cais da Chácara do Governador em UPA. “A ideia é que, enquanto ocorre a transformação, a unidade continue se adequando internamente para receber os pacientes”, explicou Franscine Leão ao jornal O Popular. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) utilizará um lote público ao lado do Cais como suporte para a transição.

Até o ano passado, o Cais Campinas era referência no atendimento pediátrico na rede pública municipal, o que frequentemente resultava em superlotação e longas filas. No início da atual gestão, a Prefeitura descentralizou esse serviço, disponibilizando pediatras em outras unidades da cidade. Segundo dados divulgados pela SMS, essa medida já reduziu em 23% o número de atendimentos pediátricos no Cais Campinas e diminuiu em 48% o tempo médio de espera.

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