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Criminosos usavam imóveis como garantia de empréstimos fictícios e vendiam para terceiros de boa-fé, segundo a polícia
Polícia investiga falso banco em prédio de luxo em Goiânia e bloqueia R$ 3 milhões
08/03/2025, às 12:15 · Por Redação
A Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira, 7, a Operação La Casa de Papel, que investiga uma organização criminosa suspeita de criar um banco falso em um prédio de alto padrão em Goiânia. O grupo é acusado de enganar vítimas ao captar seus imóveis como garantia de empréstimos que nunca eram concedidos, revendendo essas propriedades para terceiros. Durante a operação, foram bloqueados R$ 3 milhões dos investigados.
A ação foi conduzida pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Anápolis e cumpriu 83 mandados judiciais em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Sobradinho, no Distrito Federal. Entre as medidas autorizadas pela Justiça, estão buscas e apreensões, quebra de sigilos bancário e fiscal, além do bloqueio de bens. Durante as diligências, a polícia apreendeu relógios de alto valor e uma caminhonete.
De acordo com o delegado Luiz Carlos Cruz, os criminosos operavam um esquema elaborado para enganar as vítimas e obter vantagem financeira. "Eles vitimaram inúmeras pessoas com operações financeiras em que esse grupo criminoso captava os imóveis dessas vítimas e vendiam para terceiros de boa-fé. Vamos continuar com as investigações até o desfecho dos fatos e a responsabilização criminal de todos os responsáveis", afirmou.
As investigações apontam que a quadrilha simulava a existência de um banco que oferecia empréstimos. Para que os clientes tivessem acesso ao crédito, era exigido que eles apresentassem um imóvel como garantia e pagassem altas taxas de liberação do dinheiro. No entanto, os empréstimos jamais eram concedidos.
"O banco era falso e alguns clientes também eram falsos", explicou o delegado. "O banco inventou uma história de que emprestaria para os falsos clientes se esses apresentassem imóveis para dar como garantia do empréstimo. Daí esses clientes falsos, com auxílio de corretores, iam no mercado procurar imóveis para os falsos clientes comprarem".
A partir do momento em que encontravam uma vítima disposta a negociar, os criminosos convenciam o proprietário a vender o imóvel, com a promessa de que o pagamento seria feito com o dinheiro do empréstimo que estava prestes a ser aprovado. As vítimas, então, assinavam procurações, permitindo que os estelionatários transferissem a propriedade para terceiros sem efetuar o pagamento prometido. Os nomes dos investigados não foram divulgados pela Polícia Civil.
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