José Nelto ameaça ir à Justiça contra reeleição de Flávia Morais na coordenação da bancada

A disputa pela coordenação da bancada goiana no Congresso Nacional promete novos desdobramentos na próxima terça-feira, 25, quando os parlamentares voltam a se reunir para tratar do impasse entre os deputados José Nelto (UB) e Flávia Morais (PDT). O clima de tensão se instaurou após Flávia ser reconduzida ao cargo em uma nova eleição realizada na última quarta-feira, 19, anulando a escolha de Nelto, feita no dia 11.

Diante do cenário, José Nelto afirmou ao portal Diário de Goiás que esta será a última oportunidade para um acordo antes de levar o caso à Justiça. Segundo ele, há embasamento jurídico para contestar a decisão e “tem advogado trabalhando nisso”. O parlamentar não reconhece a eleição mais recente e alega que não houve concorrência porque considera o processo ilegítimo.

O conflito começou na primeira eleição, quando Nelto foi declarado vencedor com 7 votos contra 6 de Flávia. No entanto, ele deixou de contabilizar votos enviados por escrito por parlamentares ausentes, sob o argumento de que apenas os presenciais seriam válidos. Além disso, a ata foi assinada por apenas um dos três senadores goianos, quando o regimento da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso (CMO) exige a maioria das assinaturas para validar o documento.

Diante dessas irregularidades, a CMO não reconheceu o resultado e validou a nova eleição, na qual Flávia recebeu 9 votos dos 17 deputados goianos e dois dos três senadores. Sem um adversário no pleito, a deputada foi reeleita sem concorrência. “Eu ganhei a eleição. Eu não vou participar de nova eleição. [Então] Ela foi candidata dela mesma”, disparou Nelto.

O deputado também criticou a comissão representativa formada pelos parlamentares Adriana Accorsi (PT) e Daniel Agrobom (PL) para comunicar à bancada que a CMO havia rejeitado a primeira ata. Segundo ele, a formação do grupo foi ilegítima. “Ela [Flávia] mesma arrumou lá uma comissão fajuta”, declarou.

Nelto afirmou ainda que Flávia não contestou corretamente sua vitória inicial e que teria aceitado o resultado antes de reverter a situação. “Ela participou de uma eleição. Conduziu a eleição. Ela assinou a ata reconhecendo a minha vitória. Tirou foto com todo mundo. Depois vem dar o golpe”, criticou.

Além disso, ele questionou o longo período da deputada no cargo – já são seis anos à frente da coordenação, agora renovados para oito – e cobrou mais transparência na prestação de contas das emendas de bancada. “É por isso que ela não larga o osso. Vamos provar lá na frente o que está acontecendo. Mas se tem seis anos que ela não presta contas, tem alguma coisa errada”, completou.

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