Mutirama será reaberto em julho com cobrança de ingresso

Fechado desde a semana passada, o Parque Mutirama — oficialmente chamado Parque Iris Rezende Machado — está passando por uma auditoria completa para que todas as 26 atrações possam voltar a funcionar com segurança. A expectativa da nova gestão da Prefeitura de Goiânia é reabrir o espaço ao público em julho, período das férias escolares. No entanto, a reabertura trará uma novidade: o fim da gratuidade universal. A entrada só será gratuita para famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

Responsável pela auditoria, o consultor da Secretaria Municipal de Gestão de Negócios e Parcerias (Segenp), Flávio Rassi, afirma que a ideia é revitalizar o parque com foco na segurança e na eficiência. “Queremos devolver o Mutirama para a população com a mesma importância que tinha antes, mas com tudo funcionando, bonito e com segurança”, afirma ele, que foi nomeado pelo prefeito Sandro Mabel (UB) neste mês.

A análise atual das estruturas do parque aponta uma situação crítica. “O Mutirama estava fingindo que estava funcionando. Tinham lá seis brinquedos funcionando, isso não é estar aberto”, afirma Rassi ao jornal O Popular. Segundo ele, a gestão atual iniciou um levantamento completo para identificar o real estado dos equipamentos. Além disso, um laudo técnico indicou que o parque não possui aterramento adequado. “A maioria dos brinquedos são metálicos, é um tempo chuvoso, poderia cair um raio lá e teríamos de fechar o parque porque alguém morreu, seria muito pior. Isso foi muito mais motivo para fechar”, explica.

A paralisação dos serviços ocorreu após a suspensão do trabalho por parte dos funcionários da empresa Opção Engenharia, que não recebeu os pagamentos do contrato firmado em agosto do ano passado. O contrato ainda não foi certificado pela Controladoria-Geral do Município (CGM), o que impede qualquer repasse financeiro. A empresa Trip Locações, responsável pela operação dos brinquedos e bilheteria, também está sem receber há quatro meses.

Com a reabertura prevista para julho, a gestão decidiu retomar a cobrança de ingressos, suspensa desde 2019, quando o ex-prefeito Iris Rezende determinou a gratuidade como forma de retomar o funcionamento após um acidente com o brinquedo Twister, que feriu 13 pessoas. Os novos valores propostos são de R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia.

“Vamos voltar a cobrar de quem pode pagar, para quem não pode continuar sem pagar, essa é a determinação do prefeito. As famílias de baixa renda ficam livres, mas quem pode pagar, tem de pagar”, explica Rassi. Ele afirma que ainda estão avaliando qual modelo de cobrança será adotado, mas destaca que será algo acessível e justo.

Apesar da volta da cobrança, a gestão descarta privatizações ou parcerias público-privadas (PPPs) para o Mutirama. A aposta está na captação de recursos via cessão de direitos de uso dos brinquedos para empresas privadas, no modelo de "naming rights". “Tem muita empresa com linha infantil, poderia pagar para ter seu nome no brinquedo, algo semelhante aos 'naming rights' dos estádios de futebol, por exemplo”, explica Rassi. A expectativa é que essa estratégia, somada à bilheteria, reduza a dependência do parque em relação aos cofres públicos.

Contudo, o consultor reconhece que ainda não há interessados no modelo. “Ninguém tem interesse em colocar dinheiro assim, mas as empresas podem ser convencidas disso. Para isso, a gente tem de mostrar que funciona, que tem transparência, que não tem falcatrua nas bilheterias, que os brinquedos são seguros, que é um espaço bonito para as marcas serem expostas”, pontua.

Rassi afirma que a reforma será realizada por etapas, conforme as necessidades de cada atração. “Vamos fazer por etapas mesmo, o que for já sabendo o que precisa, já vamos arrumando. A Casa Mal Assombrada mesmo, a gente descobriu que tem uma verba aqui que podemos usar para ela, então já vamos contratar da melhor forma que tiver, dentro do serviço público”, relata. A intenção é entregar o parque reformado antes das férias de julho. “Não sei se vamos conseguir, mas essa é a intenção”.

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