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Reprodução - Vatican Media
Arcebispo de Goiânia, Dom João Justino, participou da missa em sufrágio por Jorge Mario Bergoglio e compartilhou momentos marcantes com o pontífice, incluindo audiência em fevereiro deste ano
Dom João Justino relembra último encontro com Papa Francisco
22/04/2025, às 09:12 · Por Redação
Em meio à dor pela perda do líder máximo da Igreja Católica, a Catedral Metropolitana de Goiânia foi palco de uma celebração marcada pela emoção e pela memória. A missa em sufrágio pelo Papa Francisco, realizada nesta segunda-feira, 21, foi conduzida pelo arcebispo metropolitano de Goiânia e 1º vice-presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Justino, que falou sobre a relação próxima que manteve com Jorge Mario Bergoglio.
Francisco, falecido nesta segunda aos 88 anos, vítima de um AVC e insuficiência respiratória, foi lembrado por Dom Justino como um homem “lúcido, corajoso e profético”. Segundo ele, o Papa deixa um legado “imenso”, não apenas em textos e discursos, mas principalmente em atitudes concretas e escolhas pastorais. “Deixa-nos um legado enorme nos seus ensinamentos escritos, nas suas pregações, mas principalmente nos seus gestos e decisões”, afirmou ao jornal Opção.
Nomeado arcebispo da capital goiana em dezembro de 2021 por Francisco, Dom Justino recorda com carinho o momento em que aceitou a missão com uma carta emocionada ao pontífice. “Aceito esta nova missão renovando meu Sim a Deus e à Igreja”.
O último encontro entre os dois ocorreu recentemente, em 6 de fevereiro deste ano, durante uma visita da presidência da CNBB ao Vaticano. O arcebispo contou que o Papa, mesmo adoentado, os recebeu na Casa Santa Marta com atenção e serenidade. “Ele nos recebeu e já nos disse: ‘Estou com uma bronquite e vou falar menos e mais ouvir’. Mesmo assim, esteve conosco por 40 minutos naquela manhã”, relatou.
Durante a audiência, Dom Justino levou ao Papa uma imagem da Sagrada Família do Santuário Basílica de Goiânia. “Pedi que a abençoasse, pois aquela imagem circularia nas casas dos devotos e paroquianos. Ele fez isso com muito carinho”, contou.
Ao ser questionado sobre sua lembrança mais marcante com o Santo Padre, o arcebispo apontou dois momentos: a entrega do Pálio, faixa que simboliza sua função arquiepiscopal, e a visita ad limina, realizada em outubro de 2022. “Durante essa visita, tive a oportunidade de dirigir uma pergunta a ele. O Papa respondeu de maneira muito serena, abrindo novas perspectivas para a nossa missão evangelizadora”, lembrou.
Para Dom João Justino, o maior legado de Francisco é sua vivência do Evangelho. “Ele viveu o Evangelho como Papa. Traduzia isso no cotidiano, em sua simplicidade, na misericórdia e no chamado constante à Igreja para se voltar ao essencial”.
Ao final da entrevista, o arcebispo fez um apelo: “Este é um tempo de súplica, para que o Senhor suscite um novo sucessor de Pedro, que conduza a Igreja com sabedoria e coragem neste tempo de tantas crises sociais, econômicas e internacionais”. E completou: “Queremos alguém que continue o legado de Francisco, mas confiamos que o Espírito Santo trará o escolhido. Eu creio, espero e rezo nessas intenções”, concluiu.
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